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Imagem: Roney F. Ribeiro

Distritos de Ouro Preto: Belos cenários e ricas tradições


Daniel Magalhães Junqueira

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Coluna de Turismo assinada por Daniel Magalhães Junqueira - Presidente do Instituto Estrada Real


As belezas de Ouro Preto, Patrimônio da Humanidade, espalham-se para muito além da área central da mais importante cidade histórica brasileira: o município conta com 12 distritos, lugares surpreendentes que guardam tradições seculares, preservam importantes monumentos de grande relevância histórica e revelam surpreendentes paisagens em uma região montanhosa coberta por muito verde.

Os pequenos vilarejos também atraem turistas interessados principalmente nos atrativos naturais como as inúmeras trilhas para caminhadas e as várias cachoeiras.

São Bartolomeu

A imponente Vila Rica tinha ouro, mas não tinha comida. E a consequência disso foi uma enorme crise de fome que assolou a cidade nos primeiros anos do século XVIII. Mas São Bartolomeu resolveu o problema: o pequeno distrito, com sua terra fértil e a fartura de água limpa do Rio das Velhas, passou a fornecer alimentos para os que se aventuravam nas minas. Antes uma mera base para a passagem dos bandeirantes, São Bartolomeu se transformou em um lugar estratégico para os exploradores de ouro.

A rua central do vilarejo, repleta de depósitos de mercadorias e de centros comerciais, garantiu a continuidade de Vila Rica. A vocação do lugar continua o mesmo até hoje: agradar paladares. O arraial que nasceu para alimentar os trabalhadores das minas, atualmente se destaca pelos doces que produz. Cocadas, doces de leite, compotas de frutas e uma enorme variedade de outros doces artesanais dão fama a São Bartolomeu.

Lavras Novas

As ruas feitas de pedra fazem curva a cada esquina. As calçadas são enormes e, vez ou outra, oferecem um banco e uma mesinha caso alguém queira se sentar. As casinhas só tem um andar e cada uma tem uma cor diferente: verde, azul, laranja, roxo, lilás, amarelo... Assim é Lavras Novas, um local que parece ter sido tirado das páginas de um belo romance.

Pouco se sabe do início do povoado, que tem seus primeiros registros documentais em 1716. O que se sabe ao certo é que o vilarejo nasceu movimentado pela mineração, mas por volta de 1780. A dificuldade de acesso pelas montanhas íngremes afastou os exploradores. Os que decidiram ficar construíram uma sociedade diferente. Eram principalmente negros e mulatos libertos, vivendo nesse local isolado.

Em meados do século XX, com a construção da estrada, que hoje permite a chegada de carros, algumas atividades, como a extração de lenha e o reflorestamento de eucalipto, passaram a ocupar os moradores locais. Na década de 1970, com a chegada da luz elétrica, o turismo passou a ser uma vocação do lugarejo.

Hoje, há uma grande oferta de pousadas, desde as mais sofisticadas às mais simples, e existem ótimas opções em restaurantes. A noite também é agitada: vários bares oferecem shows de música ao vivo e diversas opções em comidas e bebidas.

Entre os atrativos naturais, destaca-se a cachoeira do Rapel, com 200 metros de queda livre, ideal para a prática de descidas em vãos livres. Por ser de difícil acesso, é recomendável a assistência de um guia. Outras cachoeiras também chamam a atenção, como a dos Namorados e a Três Pingos. Também não faltam atrações para os praticantes de trekking e de mountain bike, que podem fazer ótimos percursos pelas curvas montanhosas dos arredores.

Santo Antônio do Leite

Carinhosamente chamada “Leite” por seus habitantes, tem ar bucólico e hospitaleiro, e convida ao relaxamento e ao lazer, com inúmeras pousadas ideais para quem procura sossego em meio a paisagens inspiradas. O principal patrimônio do distrito visível de vários pontos e ao longe, é a Igreja de Santo Antônio, onde o turista pode apreciar as pinturas de Honório Esteves, natural da localidade, que resistiram ao tempo, intocadas.

Santo Antônio do Leite atualmente é muito conhecido pela abundante produção artesanal de joias de prata com pedras preciosas e semipreciosas, mas já foi grande produtora de bananas, principalmente a partir do século XIX. Ainda são produzidas no local, além de outros produtos agrícolas que abastecem a região.

Os atrativos naturais possuem agradáveis caminhadas por trilhas, quedas deslumbrantes e banhos refrescantes, que são as Cachoeiras da Estiva, da Chiquita, do Cumbi e Madureira. Para apreciar as paisagens o turista pode conhecer alguns dos Mirantes como o do Gavião, do Salto e a Pedra do Mirante.

Os distritos de Ouro Preto são pequenos tesouros históricos, que conduzem os turistas as mais surpreendentes descobertas. Baixe nosso aplicativo e programe sua viagem pela Estrada Real: Uma estrada, seu destino!

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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