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Imagem: Pedro Souza / Atlético

Empate sem gols mantém cenário para o Mineirão

Atlético jogou melhor que o Palmeiras em São Paulo, mas o 0x0 tem pouco impacto no panorama esperado para o segundo jogo


Vinícius Grissi

Esporte

Comentarista Esportivo


O primeiro jogo entre Atlético e Palmeiras na semifinal da Copa Libertadores foi ruim. Ainda que seja necessário exaltar o bom funcionamento defensivo dos dois times no Allianz Park, não é normal que em um jogo deste porte, com equipes deste calibre, os goleiros das duas equipes poderiam ter saído para jantar durante o jogo que o resultado não seria diferente. Faltou mais com a bola para ambos os lados. Cuca e Abel Ferreira são dois treinadores que tem a estratégia e a capacidade de adaptação aos adversários como marcas. E se adaptaram bem por um lado mas não encontraram saída por outros.

O Atlético tentou mais. Manteve o seu padrão ofensivo, acumulando muitos jogadores por dentro e dando amplitude com os dois laterais abertos ao mesmo tempo ainda que Mariano poucas vezes tenha atacado a última linha dos paulistas. Teve a melhor chance do jogo no pênalti desperdiçado por Hulk no primeiro tempo, mas criou bem menos do que de costume. Não acertou uma finalização sequer na direção do gol de Weverton (algo que não acontecia desde fevereiro do ano passado, no empate por 0x0 com o Campinense pela Copa do Brasil, de acordo com o Data-ESPN). Foi bem na proteção aos contra-ataques com atuações muito sólidas dos dois volantes, em especial Jair. Foi dele o movimento rompendo as linhas do Palmeiras que acabou gerando o lance mais perigoso do jogo. Poderia ter arriscado mais vezes.

O Palmeiras foi mais bem sucedido. Abel Ferreira deixou claro na entrevista pós-jogo que manter a baliza inviolável era seu principal objetivo no jogo. Conseguiu com méritos. Deixou Marcos Rocha praticamente como terceiro zagueiro pela direita, trazendo Rony para fechar muitas vezes uma linha de cinco desobrigando seus volantes de fazer coberturas pelos lados deixando a zona central desprotegida. Foi boa a escolha do português por Felipe Melo, fundamental com imposição física para proteger a área do campo onde o Atlético cria a maioria das suas jogadas. Mas não conseguiu produzir nada quando retomou a bola. Deu a única finalização correta do jogo numa jogada sem perigo algum. Não conseguiu construir por dentro e nem colocar os seus ponteiros em vantagem posicional. Dudu quase não participou, Luiz Adriano também. Deveria ter arriscado mais.

No fim, o empate sem gols pode ser encarado pelos dois times como positivo ou negativo. Mas a rigor muda pouco ou quase nada o cenário para a próxima semana, no Mineirão. O Atlético começou o confronto como favorito e mantém o cartaz. Vai jogar diante do seu torcedor e tem um time melhor. Mas terá pela frente um adversário duro que é o atual campeão da Libertadores e que certamente encontrou antídotos para se proteger.

Na semana que vem o Palmeiras deve manter os comportamentos. Linhas próximas, se fechando até com cinco jogadores na defesa. E tentando escapar usando a velocidade pelos lados. O Atlético também não deve mudar. É um time que gosta de se impor com a bola de maneira eficiente, sem tanta exposição. Se as defesas foram chave para o confronto de ida, quem conseguir encontrar mais caminhos no ataque deve ser o finalista da Libertadores em Montevidéu.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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