A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vem enfrentando pressão de diversos setores do comércio por permitir a abertura de apenas os serviços essenciais na próxima semana na capital. Empresários gravaram um vídeo dizendo que a culpa da alta da Covid-19 não é dos bares e restaurantes. Também cobraram a reabertura de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
As imagens foram divulgadas pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). O presidente da entidade, Matheus Daniel, faz críticas ao planejamento feito pela prefeitura durante a pandemia e é acompanhado por donos de estabelecimentos.
“Prefeito, o senhor teve nove meses para preparar a cidade. Prometeu 729 leitos e chegou a 424. E, hoje, são menos de 250. O senhor não devia ter acreditado que a doença tinha acabado. E agora quer cobrar a conta de quem não é culpado. Os bares e restaurantes não vendem bebidas alcoólicas desde 7 de dezembro. Os índices melhoraram? Não. Isso porque a culpa não é nossa”, disse Matheus, acompanhamento por dezenas de empresários.
A decisão da prefeitura de fechar o comércio na cidade vem provocando protestos. Nesta sexta-feira, donos e funcionários de academias de Belo Horizonte fizeram um protesto. Os manifestantes querem que as academias sejam incluídas no rol dos serviços essenciais da cidade.
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) enviou ofício para a prefeitura reivindicando a permanência das lojas abertas. A entidade também solicita a reabertura de leitos.
Decisão da Prefeitura
O passo atrás na flexibilização acontece com o aumento do número de casos de Covid-19. A principal preocupação da administração municipal é em relação a ocupação de leitos de UTI próprios para o tratamento da doença. Boletim epidemiológico divulgado nessa quinta-feira mostra que a taxa está em 85,1%.
Atualmente, são 247 leitos de UTI Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS) e outros 298 na rede suplementar. Em agosto, em meio a pandemia, a cidade chegou a ter 424 leitos deste tipo na rede pública e 317 na rede privada.
A prefeitura ressalta que está com dificuldade para fazer a contratação de profissionais de saúde para atuar nesses leitos. Também informou que dificilmente chegaremos ao mesmo número de agosto. Os outros indicadores usados para a flexibilização estão em fase de alerta. A taxa de ocupação de enfermaria está em 62,5% e a taxa de transmissão está em 1,05.