Retomada das aulas presenciais está cada vez mais próxima em Minas Gerais. Protocolos foram criados pelo Governo para o retorno dos alunos e funcionários com segurança. Mas tudo vai depender da decisão da justiça. Uma liminar ainda trava esse retorno. A Secretaria de Educação está confiante em mudar a decisão dos desembargadores que analisam o caso. Nesta semana, normas serão publicadas pela pasta que atendem os questionamentos do judiciário.
Os detalhes de como será a volta às aulas foram divulgados na tarde desta quarta-feira pelo secretário Carlos Eduardo, da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), e a secretaria Júlia Sant’Anna. O ano letivo 2021 tem início em 8 de março. Porém, ainda no ensino remoto. O governo ainda tenta reverter a decisão da Justiça.
Pensando nisso, mudanças foram feitas nos protocolos apresentados em setembro e normas serão publicadas até o fim desta semana com informações solicitadas pelos desembargadores. “Elas (as normas) atendem algumas sinalizações. O que se pretende agora com a publicação das normas, é dar tranquilidade aos desembargadores sempre destacando as formas híbridas de ensino”, explicou Júlia. “As consequências da não abertura são muitos mais graves”, completou.
O retorno das aulas presenciais está sendo pensado para os alunos da séries iniciais das escolas estaduais, até o sexto ano. A cada 14 dias será analisado se outras séries podem retomar o ensino presencial. “Muito importante dar segurança às famílias de que as escolas estaduais estão prontas”, afirmou a secretária.
Quem pode voltar?
A volta às aulas presenciais só será permitida aos municípios que estiverem nas ondas verde e amarela do Minas Consciente, plano do Governo de Minas para a retomada das atividades. Hoje, temos seis marcroregiões de saúde que se encaixam neste parâmetro. A decisão final cabe à prefeitura de cada município, inclusive para as instituições estaduais.
O protocolo do governo será seguido por todas as escolas estaduais. No caso das instituições de ensino municipais e particulares, cabe a cada município avaliar se irá aderir ao protocolo estadual ou se a prefeitura desejará criar suas próprias regras para o funcionamento.
Estudos internacionais
O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo, afirmou que os protocolos foram feitos em cima do que foi feito em outros países. “O que podemos indicar é que as escolas não são ambientes de contaminação constante entre estudantes, e entre estudantes e profissionais, afirmou.
Carlos Eduardo ressaltou que o retorno deve ser de forma gradual. “As escolas devem analisar quais grupos vão voltar, e isso acontecer gradativamente. Assim, vamos monitorando. Temos que ter alternância de horários, e deve ser facultativo. É um momento de apreensão e cada família tem a sua realidade”, completou.
Medicina
O neurologista e psiquiatra, Rodrigo Carneiro, participou da entrevista coletiva e mostrou a importância de voltar as aulas presenciais. “A escola é um local de formação humana. Temos que proteger a infância no nosso país. Se deixarmos as crianças trancadas dentro de casa podemos comprometer uma geração inteira. Então, temos que programar esse retorno gradual” disse.
Já a médica pediátrica e integrante da sociedade mineira de pediatria, Carolina Capuruço, afirmou que “do ponto de vista epidemiológico as crianças não são as grandes disseminadores do vírus”.