O prefeito Alexandre Kalil (PSD) voltou aos microfones para atualizar a situação da Covid-19 em Belo Horizonte. Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, ele confirmou a ampliação do horário do comércio, um pedido que tinha sido feito pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH) e outras entidades, falou sobre a volta às aulas na cidade, e também fez alertas: para o aumento de internações, principalmente na rede particular, e as festas de fim de ano.
Durante a entrevista, também não evitou as polêmicas. Disse que "o cartãozinho do plano de saúde não é vacina", um recado para as classes mais altas de Belo Horizonte, respondeu as criticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e disse que vai implantar medidas restritivas na capital para as pessoas que se negarem a tomar a vacina.
Veja os principais pontos da entrevista:
Ampliação do comércio
A prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vai ampliar, a partir deste sábado, o funcionamento do comércio na cidade. Os estabelecimentos vão poder abrir de 9h até 21h. Já os shoppings podem abrir de 10h até 21h. "É simplesmente para evitar aglomeração. É uma questão técnica. Não é porque a situação está boa não. Os números estão estáveis, mas em um patamar alto", explicou Kalil.
Volta às aulas
Desde o início da pandemia, a PBH sempre foi enfática ao falar das voltas às aulas: o retorno dos estudantes só voltam com a vacinação. Porém, isso pode acontecer antes.
Kalil afirmou que a administração municipal vai tratar do assunto escolas no início da próxima semana. "Estudos internacionais foram divulgados indicando que a escola não é o antro da contaminação. É (o estudo) recente, mas já estamos conversando com as escolas e creches", comentou. Entre as estratégias estudadas está ministrar os conteúdos de dois anos em um.
"Cartão do plano de saúde não é vacina"
Um dos pontos mais polêmicos da entrevista foi quando o prefeito mandou um recado para os moradores das classes mais altas de Belo Horizonte.
“Quero dizer ao pessoal da caminhonete cabine dupla que cartão de saúde não é vacina. Aconselho que todos que acham a que o cartão de plano de saúde é vacina, que consultem os hospitais particulares que eles frequentam para ver a situação desses hospitais particulares, que estão estrangulados, fechando portas para paciente”, afirmou Kalil.
O prefeito comentou, ainda, que o transporte público não é o problema de contaminação da Covid-19. "Quem está infectando não é o transporte publico. Quem tem cartão de plano de saúde no bolso não anda de ônibus", finalizou.
"Cuidado para não matar a mãe"
O prefeito voltou a alertar a população para as aglomerações durante confraternizações de fim de ano, principalmente o Natal. “Cuidado para não matar seu pai, para você não matar seu amigo, não matar sua mãe, para você não passar o último natal com sua família”, afirmou Kalil.
O prefeito falou ainda sobre o filho, Felipe Kalil, diagnosticado com o Coronavírus. “O meu filho está doente e isolado. Mas não é porque ele foi para a balada não, é porque ele é médico”, disse.
Restrição de não vacinados
Nessa quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a União e os governos estaduais e municipais podem implantar medidas restritivas para quem se recusar a se vacinar contra a Covid-19.
Kalil afirmou que as restrições podem ser adotadas na capital. "Primeiro, vamos esperar a vacina. Em um primeiro momento, se os negacionistas, os criminosos, que infectam todo mundo, não quiserem vacinar, não acho ruim, pois assim vai sobrar vacina para quem tem consciência. E depois, tomamos atitudes para eles se vacinarem. Mas, não vamos passar o carro na frente dos bois", completou.