O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, se pronunciou nesta segunda-feira (19) sobre a situação do transporte público da capital em meio à pandemia da Covid-19.
Segundo o chefe do Executivo Municipal, os ônibus que circulam por Belo Horizonte não são os responsáveis pela disseminação da pandemia.
“Estamos chegando à conclusão de estudos que não é nos ônibus que estão contaminando [pela Covid]”. “Estão muito mais contaminadas, de acordo com estudo feito pela Secretaria de Saúde, as faxineiras e as arrumadeiras, do que tem o transporte público”, afirmou o prefeito, sem especificar a fonte da pesquisa.
O comentário acontece em um momento de reclamações inúmeras por parte da população, devido à má qualidade do serviço prestado pelas empresas de ônibus da capital.
Fazendo o que pode
Ainda segundo Kalil, as empresas vêm sofrendo um golpe no caixa em tempos de pandemia. “Vamos ter que tirar do bolso”, afirmou. “Eles estão quebrando — haja visto que todo mundo sabe do aumento [do preço] de combustível e a diminuição de passageiros”, explicou o prefeito. “A gente está fazendo o que pode”, completou.
O cenário, entretanto, difere da realidade presenciada pela Rádio 98, que recebe denúncias diárias de ônibus lotados, acúmulo de funções e precarização do transporte público municipal.
BHtrans é problema “complicadíssimo”
Kalil abordou ainda a situação da BHTrans, autarquia responsável por fiscalizar o transporte público municipal. Segundo ele, o problema enfrentado pela capital “é chato” e “não tem solução”. “O problema da BHTrans é complicadíssimo”, desabafou o prefeito, comparando o combate à pandemia na capital a uma guerra.
Em seu primeiro mandato, Alexandre Kalil se comprometeu em abrir a chamada “caixa preta da BHTrans”, com objetivo de trazer transparência às contas das empresas contratadas para gerir o transporte público municipal. A caixa preta, até o momento, não foi aberta.