As obras do Rodoanel na Região Metropolitana de Belo Horizonte, idealizadas para desafogar o trânsito no Anel Rodoviário, deverão estar totalmente concluídas em 2027, de acordo com a previsão do Governo de Minas. Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato, revelou detalhes do projeto.
Três alças - Sudoeste, Oeste e Norte - deverão estar prontas em 2026, mas a alça Sul levará pelo menos mais um ano.
As alças Oeste e Norte irão passar por Betim, Contagem, Ribeirão das Neves e Sabará.
Já as alças Sudoeste e Sul beneficiam diretamente região afetada pelo rompimento da barragem em Brumadinho e retiram a necessidade da utilização do Anel Rodoviário em Belo Horizonte, em especial da região do Betânia, palco de acidentes graves nas últimas semanas.
A alça Sul, que terá 17 km, do ponto de vista ambiental é a mais sensível. Segundo o secretário, 40% dela será composta por túneis e viadutos.
Fases
Atualmente, o projeto encontra-se em fase de consulta pública. Os documentos estão abertos a qualquer cidadão durante 45 dias. Acabada essa fase, será feita uma compilação das observações e produção do edital definitivo. A estimativa de publicação é no meio do ano.
Durante três meses, as empresas poderão estudar o projeto para fazer as propostas. O secretário diz que a intenção é de que o vencedor seja chamado para assinar o contrato no fim do ano.
Ele diz que o licenciamento ambiental já está em curso e o vencedor o encontrará em processo avançado. No entanto, os procedimentos serão concluídos em conjunto, o que leva em média dois anos. A partir disso, poderão ser iniciadas as obras.
"Dado o histórico dos projetos no país, a gente até está fazendo em um prazo bastante curto", avalia.
Segundo Marcato, com a conclusão do projeto, o Anel Rodoviário passará a ser uma pista urbana e o Rodoanel será usado para escoamento logístico da produção.
Parceria Público-Privada
O projeto será estruturado como uma PPP (Parceria Público-Privada). O contratado irá fazer o licenciamento em parceria com Estado, depois fará as desapropriações e construções. A empresa poderá operar a rodovia durante 30 anos.
Tarifas de pedágio
O secretário explicou que a rodovia terá um sistema de tarifa inovador. O método é chamado de "Free Flow" (Fluxo Livre). Não haverá praças de pedágio.
"Essa vai ser a primeira rodovia 100% pague o quanto se usa. Acabou essa história de quem anda 1 km paga R$ 10 e quem anda 10 km também paga R$ 10", explica.
A utilização da via será monitorada e o valor a ser pago será gerado em um site ou aplicativo. O usuário terá até 5 dias para acessar o sistema e fazer o pagamento.
O pagamento também poderá ser feito por tags, como o Sem Parar.