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‘423 dias sem diálogo’ - pais de alunos e professores pedem reabertura de escolas em BH

Ato aconteceu na Praça da Assembleia, na manhã deste sábado (15) e contou com a presença de pais, alunos e professores das redes pública e privada de ensino


Por Lucas Rage

A Praça da Assembleia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, amanheceu tomada por carteiras escolares neste sábado (15). As mais de 60 mesas e cadeiras instaladas ao ar livre, adornadas com balões brancos, sinalizavam o pedido de retomada das aulas presenciais na capital mineira.

O ato que pediu a volta às aulas em BH é apartidário e organizado por pais, alunos e professores das redes pública e privada de ensino. Segundo organizadores, cerca de 80 pessoas compareceram à manifestação, onde foram levantadas faixas e cartazes com dizeres como “Kalil, devolve a minha escola”, “As crianças pedem socorro” e “Escola fechada nunca foi pela vida. É decisão política e não científica”.

Como alguns cartazes apontavam, a manifestação marca 423 dias de escolas fechadas em BH. O ato contou com o apoio de grupos organizados pela volta às aulas, como o Pais pela Educação BH e o Juntos Pela Educação Minas Gerais.

Segundo Paula Vidigal, do Pais Pela Educação BH, a cobrança continua sendo o diálogo entre pais de alunos, escolas e a Prefeitura de BH. “A escola precisa ser vista como serviço essencial”, diz ela. “Precisamos da PBH a agenda de retorno às aulas por faixas etárias“, completa. Até o momento, somente o ensino infantil (0 a 5 anos) integra a escala de retomada presencial do Executivo Municipal.

14 meses sem diálogo

Natalie Oliffson, mãe de alunos e uma das organizadoras do protesto, destaca a pluralidade do movimento: “Nós somos vários grupos de pais de diferentes escolas, de diferentes bairros”, explica.”A pauta principal é a reabertura das escolas em Belo Horizonte de forma segura, organizada. São mais de 400 dias, mais de 14 meses, ainda sem plano factível [por parte da PBH]. Nossas escolas estão prontas, afirma.

Entre as demandas está a aprovação da PL 5595, que tramita no Senado Federal. De autoria da Deputada Federal Paula Belmonte (Cidadania/DF), o projeto determina o reconhecimento da educação básica e a educação superior, em formato presencial, como serviços e atividades essenciais e estabelece diretrizes para o retorno seguro às aulas presenciais.

O grupo pede ainda o apoio de autoridades da esfera pública, com o objetivo de priorizar o ensino. “Estamos atuando junto ao Ministério Público, à Câmara dos Vereadores e do Tribunal de Justiça, explica Natalie. Paula Vidigal completa que o apoio também é buscado na Assembleia Legislativa, junto aos deputados estaduais.

Retomada positiva do ensino infantil

Natalie avalia como positiva a volta do ensino infantil, com a retomada das aulas presenciais para crianças de 0 a 5 anos na rede municipal de BH. “É o primeiro passo, muito embora não seja suficiente. É o primeiro avanço, né?” opina ela, “É uma alegria enorme pras crianças e para muitas professoras. A gente viu relatos realmente emocionantes das crianças poderem voltar”, continua.

Para a mãe, a responsabilidade na retomada continua sendo palavra de ordem. “Houve algumas notícias de que alguns casos de crianças [contaminadas], né? Depois foi apurado que essa contaminação teria acontecido antes da abertura das escolas. Então tudo tem que ser avaliado de forma muito responsável e consciente. E nós esperamos que as outras faixas etárias possam avançar na retomada”, afirma.

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