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Brumadinho: audiência entre Vale e Governo de MG termina sem acordo

Mineradora e estado não chegaram a um consenso sobre o valor a ser pago pelo crime ambiental; Secretário-Geral de governo descartou novas audiências de conciliação sobre o caso


Por Lucas Rage e Lucas Ragazzi

Terminou sem acordo a audiência na Justiça, entre o Governo de Minas Gerais e a Vale, que buscava uma reparação pela tragédia ambiental de Brumadinho.

Segundo o Secretário-Geral de Governo, Mateus Simões, não foi alcançado um valor satisfatório para a indenização pelos impactos do rompimento da barragem de Córrego do Feijão.

“Não vamos aceitar um valor, como se uma migalha fosse lançada”, afirmou Simões, em coletiva à imprensa. O secretário criticou ainda a postura da Vale, diante das ações tomadas em face à pandemia. “Me incomoda muito o tom que a Vale anda usando, como se estivesse dando um presente aos mineiros. Ela é o nosso algoz, ela é criminosa nesse processo, e precisa demonstrar um pouco mais de contrição”, afirmou.

Segundo Simões, não haverá nova audiência de mediação sobre o caso. “Ficou definido que, em 1º de fevereiro, o processo volta à Primeira Instância para ser sentenciado pelo juiz Elton [Pupo Nogueira], pela falta de possibilidade de acordo”. A mineradora tem, entretanto, uma semana para apresentar uma nova proposta de valor.

Edilson Vitorelli, Procurador da República que participou da reunião, reiterou o discurso apresentado por Mateus Simões. "Hoje o resultado é que não há acordo. O valor oferecido está muito aquém das necessidades do estado, e das necessidades das pessoas atingidas", afirmou. "Estamos alinhados perfeitamente com o estado, na questão de que esses valores são insuficientes", completou.

Segundo o procurador, o valor buscado pelas autoridades é de R$ 54 bilhões. "Podemos eventualmente ceder em alguma coisa, mas até agora não nos foi apresentada nenhuma proposta que seja razoável dentro deste universo", declarou.

"Nossa posição é firme em defesa dos atingidos", afirmou o Procurador-Geral de Minas Gerais, Jarbas Soares Junior. "O desenho do acordo com a Vale está feito. Nosso problema agora é em relação a valores. Nós não vamos assinar, não concordamos que valores fiquem abaixo de tudo que já foi feito até agora. Nossa posição é firme em defesa dos atingidos, do meio ambiente e do estado", completou.

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