O governador Romeu Zema (Novo) participou do 98 Talks na noite desta quarta-feira (27) e defendeu o que chamou de "modernizacao" do programa Minas Consciente, se disse contra o impeachment de Jair Bolsonaro e que preza pelo diálogo com o Governo Federal, mesmo não concordando com algumas posturas do presidente durante a pandemia da Covid-19.
Romeu Zema declarou que discorda da postura do ex-presidente nacional e candidato a presidente do Novo na última eleição, João Amoedo, que anunciou nas redes sociais que apoia o impeachment de Bolsonaro.
"Não é o impeachment que vai corrigir os problemas do Brasil. O Brasil precisa de reformas. Estamos num avião que está apresentando problemas e não é tirar o piloto que vai resolver. Lamento que o partido [Novo] tenha tomado essa posição, mas ela não é a minha opinião", afirmou o governador.
O chefe do Executivo mineiro também sugeriu a volta do auxílio emergencial, mesmo que com um valor inferior ao de 2020. "Sou favorável que o Governo Federal faça alguma com relação ao Auxílio Emergencial, mesmo que seja com um valor inferior ao do ano passado e que seja mais bem direcionado".
Minas Consciente
Questionado sobre as alterações no programa Minas Consciente, anunciadas nesta quarta-feira, que liberam mais atividades na Onda Vermelha, Zema defendeu a mudança, a qual classificou como mais segura e efetiva.
"Faço questão de mudar o nome de flexibilização para modernização. Hoje não há limite de pessoas dentro de supermercados e farmácias. Nessa nova fase do programa, haverá limite. Teremos menos pessoas por metro quadrado. Isso faz com que esse protocolo seja mais seguro do que o atual", disse.
Produção de vacinas em Minas
Sobre a possibilidade da Funed produzir vacinas contra o coronavírus, Zema disse que o problema atual no Brasil não é a capacidade de produção, mas sim a chegada dos insumos. Além disso, a fundação mineira está produzindo vacina contra a meningite C e não poderia parar neste momento.
O governador disse, no entanto, que no futuro Minas deverá, sim, produzir vacinas contra a Covid-19.
Privatizações
Zema classificou como principal pauta do Governo de Minas em 2021 a privatização da Codemig. "Precisamos desse recurso para que o Estado tenha condição de respirar até que tenhamos uma reforma administrativa federal".
O governador comentou os desafios envolvendo a privatização da Cemig. "A principal trava é um certo corporativismo que existe no Brasil. É muito pouco provável que quem trabalhe na Cemig queira a privatização da mesma. E não é uma privatização, é a empresa receber 20 bilhões de aporte. Talvez as pessoas que estejam lá não entendam as oportunidades que surgirão com isso. Se a empresa continuar como está hoje ela vai perder posições, como tem acontecido nos últimos 10 anos", contou. "Me parece que falta entendimento por falta de quem tá lá dentro, que deveria enxergar isso como oportunidade de crescimento. Se a Cemig recebesse esse aporte de capital, é muito provável que ela viria a dobrar, quadruplicar de tamanho. Isso significaria mais contratações, ou não?".
Relação com a prefeitura de BH
Questionado sobre a relacao com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), especulado como possível candidato a governador em 2022, Zema admitiu que possivelmente tentará a reeleição e comentou a provável disputa. "2022 está longe, na minha opinião. Ele [Kalil] pode se candidatar, como qualquer outro cidadão. Eu não descarto a minha candidatura", disse, afirmando, ainda, que se Kalil nao gosta dele, é um problema do prefeito, e que deveria gostar ainda menos do antigo governo que atrasou repasses ä prefeitura.
Metrô de BH
O governador disse que já há recurso para melhorias no metrô da capital mineira. "Nós conseguimos deixar reservado um recurso de 1,5 bilhão que será destinado exclusivamente ao fundo que vai proporcionar a melhoria do metrô da RMBH. Falta ainda projeto e documentação. Mas na medida que isso caminhar, com certeza podemos anunciar."