(Foto: Raphael Martinelle)
O governador Romeu Zema se reuniu, nesta quinta-feira (21) com chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário para tratar da situação financeira do estado.
Em entrevista coletiva, Zema anunciou que o repasse de duodécimos para os poderes será feito normalmente em maio, mas a partir de junho, terá de readequar o fluxo de pagamentos. O governador sugeriu que o Estado irá pagar uma parcela e o restante será repassado ao longo dos outros meses.
Segundo ele, ficou agendada uma nova reunião para o meio de junho para se chegar a um acordo.
Zema disse que o presidente da ALMG, Agostinho Patrus, tem se mostrado bastante sensível aos problemas do Estado. "Os poderes estão unidos e sensibilizados. Ficou clara a boa vontade", disse o governador.
Segundo ele, o pagamento dos duodécimos em abril só foi possível devido a um crédito do antigo banco Bemge, no valor de 782 milhões. Em maio, o pagamento só foi viabilizado devido ao recebimento que caiu ontem, de R$ 1 bilhão proveniente de um depósito judicial feito pela Vale.
O encontro aconteceu na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em Belo Horizonte e contou também com a presença do presidente da ALMG, Agostinho Patrus, presidente do TJMG, desembargador Nelson Missias de Morais e procurador-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais, Antônio Sérgio Tonet.
Polêmica
A polêmica sobre o pagamento dos duodécimos começou após a aprovação do projeto de lei que prevê crime de responsabilidade do governador caso a administração estadual atrase os repasses para a ALMG e o poder Judiciário, a Defensoria Pública e o Ministério Público Estadual
O PL original foi apresentado pelo próprio chefe do Executivo estadual, mas não falava em crime de responsabilidade.
Plano de auxílio a estados e municípios
Nesta quinta-feira, em reunião com governadores, o presidente Jair Bolsonaro disse que deverá sancionar o projeto de auxílio financeiro a estados e municípios.
Os governadores pediram que os repasses sejam feitos até o dia 31 deste mês e, em contrapartida, Bolsonaro pediu apoio dos representantes dos entes da Federação quanto ao veto de um dos trechos do projeto, que permitia reajuste a servidores no período da pandemia. Com isso, os salários ficariam congelados até o dia 31 de dezembro de 2021.
Segundo Romeu Zema, Minas deverá ser contemplada com quatro parcelas de R$ 748 milhões cada. Os repasses ainda não têm data certa, mas segundo o governador elas devem chegar em junho, julho, agosto e setembro.
Mesmo com esse auxílio, Zema disse que o valor não será suficiente para cobrir o rombo na arrecadação do ICMS, que deve chegar a 2 bilhões
Salários dos servidores
Ontem, o governador anunciou o pagamento do 13º salário de 17% dos servidores, que ainda não tinham recebido o benefício. Zema ainda revelou a escala de pagamento em maio. A primeira parcela será nesta sexta-feira (22), quando será creditado R$ 2 mil para todos os servidores. A segunda parcela será quitada no dia 27 de maio. Outro anúncio foi o abono fardamento, benefício dado aos agentes das forças de segurança.