A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) libera o uso emergencial da Coronavac e da vacina da Astrazeneca/Oxford no Brasil. A decisão foi unânime. O presidente da agência, Antônio Barra Torres, a relatora, Meiruze Freitas, e os diretores, Romison Mota, Alex Campos, e Cristiane Jourdan, votaram pela liberação.
A decisão passa a valer a partir do momento em que houver a comunicação oficial ao laboratório. Ela será publicada no portal da Anvisa, no extrato de deliberações da Diretoria. Não há necessidade de publicação no Diário Oficial da União.
O Instituto Butantan fez o pedido de uso emergencial no dia 8 de janeiro para a liberação de 6 milhões de doses importadas da Coronavac. A vacina foi produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac.
Já o pedido da Fiocruz, feito na mesma data, é referente a 2 milhões de doses importadas do laboratório Serum, da Índia, que produz a vacina de Oxford/AstraZeneca.
Tanto o Butantan quanto a Fiocruz desenvolvem as vacinas no Brasil.
Eficácia
Artigo científico divulgado em dezembro na revista The Lancet, indica eficácia de 70% em adultos com menos de 55 anos, com base em dados de três países: Brasil, Reino Unido e África do Sul. O número supera a eficácia mínima de 50% estabelecida pela Anvisa para dar aprovação a um imunizante contra a Covid-19. Um dado muito importante evidenciado neste estudo foi a confirmação da capacidade da vacina na prevenção de 100% das hospitalizações e formas graves da doença.
A vacina Coronavac teve 50,38% de eficácia global nos testes realizados no Brasil. O índice aponta a capacidade da vacina de proteger em todos os casos – sejam eles leves, moderados ou graves. O número mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é de 50%.
Ao longo do estudo de eficácia no Brasil, 252 voluntários tiveram covid-19 de forma leve (sem necessidade de ajuda médica ), sendo que 85 deles haviam tomado vacina e 167, placebo (uma substância inócua). Dentre os voluntários no Brasil, 4.653 tomaram essa vacina e 4.599 tomaram placebo.
Já o resultado de eficácia dos casos leves, em pacientes que precisaram receber alguma assistência médica, foi de 77,96%, sendo que sete pessoas haviam recebido a vacina, e outras 31, placebo.