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Morte do 1º servidor da Saúde em BH: Sindicato relata UPAs sobrecarregadas

Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), Israel Arimar, disse que falta de UTIs faz situação se complicar nas Unidades de Pronto Atendimento


Por Da redação

Belo Horizonte perdeu o primeiro profissional de saúde na linha de frente do combate à Covid-19. Gerônimo Batista Pires estava internado no Hospital Júlia Kubitschek, no Barreiro e faleceu nesse domingo (26). Somente em BH, 777 profissionais de saúde testaram positivo para a doença. Outros 463 casos estão em investigação. 

O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), Israel Arimar, disse ao Central 98 na manhã desta segunda-feira (27) que falta uma estrutura maior de atendimento, o que faz com que as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) fiquem sobrecarregadas.

"Infelizmente o Hospital de Campanha foi aberto e continua vazio. Porque lá só há leitos de enfermaria e o protocolo é pra receber pacientes que já estejam estabilizados. A gente precisava de hospital de campanha com leitos de CTI, para que aqueles pacientes que estejam superlotando as UPAs irem para o hospital de campanha", avaliou Arimar.

Segundo ele, a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) já está resolvida, mas no início da pandemia teve grande responsabilidade para aumento de casos entre os profissionais da linha de frente. "Chegamos à situação de que uma máscara tinha que ser usada pelo plantão inteiro, sendo que o recomendável é que essa máscara fosse descartada a cada duas horas de trabalho", disse.

Enfermeiro teve plantão "caótico"

Segundo Armiar, o enfermeiro que faleceu nesse domingo estava no plantão da UPA Barreiro há quatro semanas, quando havia oito pacientes e dois respiradores. "A UPA naquele dia foi um caos. Os pacientes ficaram das 10h da manhã até 20h sem conseguir um leito de CTI para serem transferidos. O Gerônimo era um dos profissionais que estava suando a camisa naquele dia. Uma semana depois ele foi internado. Eu não vou afirmar aqui que ele foi contaminado naquele dia, mas eu posso dizer: As UPAs de BH estão sobrecarregadas", diz.


Nota da PBH

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Barreiro funciona normalmente em plena condição material e de pessoal, com equipamentos, quadro de funcionários completo e seguindo todas as orientações técnicas de segurança para o combate ao novo coronavírus.

Segundo a nota, a unidade conta com infraestrutura para atendimento de urgência da população. Os trabalhadores das Upas receberam capacitação para atendimento de casos de Covid-19. Eles foram treinados para os procedimentos de uso correto de EPIs, de forma a garantir tanto a segurança dos pacientes quanto dos trabalhadores. A UPA Barreiro passou recentemente por reformas e adequações e ainda foi instalado um Centro Especializado em Covid-19 (Cecovid).

A PBH diz ainda que desde março até o dia 3 de julho, 487 profissionais tiveram a jornada de trabalho ampliada temporariamente, para dar maior suporte ás unidades de saúde. Além disso, já foram contratados 117 novos profissionais para atuarem nos serviços de saúde abertos ou nas unidades que tiveram ampliação na oferta de atendimento na pandemia. E para reposição dos trabalhadores afastados preventivamente por maior vulnerabilidade à Covid-19, já foram contratados 474 profissionais.

"O cenário assistencial para definir a necessidade de abertura de novos serviços específicos de atendimento aos casos suspeitos de Covid-19 é avaliado diariamente. Todos os agentes públicos lotados na Saúde com sintomas da Covid-19 são testados, assim como aqueles assintomáticos com contato domiciliar da doença. A PBH disse ainda que mantém diálogo constante com o sindicato", conclui a nota.

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