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Imagem: Guilherme Alves / Rádio 98

Atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco participam de reunião em BH e protestam contra acordo

Os Integrantes dos movimentos sociais participaram pela primeira vez de uma reunião com representantes do governo federal.


Por Guilherme Alves

Integrantes dos movimentos sociais que representam os atingidos pelos rejeitos após o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, participaram pela primeira vez de uma reunião com representantes do governo federal em busca de um acordo de reparação dos danos causados, na tarde desta sexta-feira (18), na sede do Ministério da Agricultura, em Belo Horizonte.

De acordo com Simone Silva, membro da Comissão dos Atingidos de Barra Longa, é a primeira vez que o governo convida os atingidos para debater sobre os problemas e soluções do desastre. No entanto, segundo ela, o acordo que estaria praticamente acertado não representa os atingidos, que espera há nove anos uma oportunidade de diálogo.

"Nós estamos aqui justamente para denunciar, que isso aqui não representa a gente, porquê durante esses nove anos, durante esses dois anos de conversa de repactuação, em nenhum momento chamaram a gente. Agora que que está pronto 'vem mostrar bonito'? (...) Se existe justiça no Brasil, para as vítimas da Mineração ela não funciona", afirma Simone.

Além do transtorno causado pela tragédia do rompimento da barragem, que tirou 19 vidas e causou danos ambientais irreparáveis, a saúde das pessoas que moravam nas regiões atingidas segue sendo prejudicada. Rômulo Bones, membro da comissão dos atingidos de Barra Longa e advogado, conta que sua irmã teve um dano cerebral grave por conta dos rejeitos e acabou ficando paraplégica.

"A saúde do atingido é deixada de lado. Não se tem um protocolo de ação em saúde até hoje, hoje nós não temos nenhuma assistência médica, nenhum tipo de exame, estamos sendo obrigados ainda a conviver com uma cidade cheia de rejeitos infiltrados nas casas, temos ainda diversas enchentes ocorrendo, que ainda traz sempre mais rejeitos e recorrentemente temos que sair das nossas casas e ficar em abrigos", denuncia o advogado.

Ainda segundo Rômulo, a a conta que chegou para os movimentos dos atingidos é de que as famílias receberiam cerca de R$ 30 mil de indenização. Para eles, no entanto, o valor não é suficiente para reconstruir as vidas afetadas.

Vale lembrar que esse novo acordo de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco foi anunciado no mês passado pelo presidente Lula (PT). O objetivo é selar um novo acordo que solucione mais de 80 mil processos judiciais acumulados, que vão desde atrasos na reconstrução das comunidades destruídas até os valores indenizatórios e o não reconhecimento de parte dos atingidos.

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