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Imagem: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Minas atinge o terceiro pior ano de queimadas desde 1998

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que já foram detectados por satélites 9.128 focos de incêndios no território mineiro neste ano


Por João Henrique do Vale

As queimadas seguem sem controle em Minas Gerais. De janeiro até esse domingo, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) já detectaram 9.128 focos de incêndio. Os números colocam 2021 como o terceiro ano mais crítico em relação as ocorrências desde 1998. Somente na Região Metropolitana de Belo Horizonte, segundo o Corpo de Bombeiros, foram atendidos 642 chamados entre sábado e domingo, média de 321

Desde 1998, somente em dois anos tivemos mais focos de incêndio em Minas Gerais do que em 2021. De acordo com o Inpe, o período com mais queimadas foi 2007, quando foram registradas, pelos satélites, 10.547 focos. Em seguida, vem 2010 que teve 9.760 focos de incêndio. (Veja a tabela completa no fim da reportagem)

Nesta segunda-feira (20), militares do Corpo de Bombeiros e brigadistas seguem tendo trabalho para apagar incêndios em todo o estado. Um deles, que pode ter origem criminosa, destruiu parte da Estação Ecológica do Cercadinho, unidade de conservação às margens da MGC-356, na altura do Belvedere. Na mata, estão localizadas diversas nascentes e mananciais responsáveis pelo abastecimento de BH.

Em Betim, na Grande BH, as chamas destruíram uma mata no Bairro Marimba. O fogo, segundo o Corpo de Bombeiros, se aproximou de casas. 

Segundo o IEF, há ocorrências, nesta segunda-feira, em 26 unidades de conservação do estado. Somente neste ano, 5.363,53 hectares das áreas internas desses parques foram queimados, se aproximando da média histórica, que é de 5.578,30 hectares. No entorno, foram consumidos 7.498,68, superando a média histórica de 4.641,16.

O número de ocorrências também é alto, já superando em 62% o histórico de incêndios. Ao todo, são 574 registros até 13 de setembro.

Ações para impedir incendiários 

Com a situação crítica vivida em Minas Gerais com os incêndios, o Governo do Estado montou uma força-tarefa para impedir a ação de incendiários. O grupo conta com a participação da Polícia Militar de Minas Gerais, Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros, e vai monitorar atividades em unidades de conservação sob gestão do Instituto Estadual de Floresta (IEF).

O incêndio florestal é crime ambiental previsto no artigo 41 da Lei 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais), com pena de reclusão de 2 a 4 anos e multa.

Incêndios em andamento em unidades de conservação

- Parque Estadual Serra do Cabral, incêndio atinge o entorno da unidade em Joaquim Felício e Buenópolis;

- Parque Estadual Sete Salões, incêndio atinge o entorno da unidade em Resplendor;

- Refúgio de Vida Silvestre Serra das Aroeiras, incêndio atinge a área interna da unidade em Pedro Leopoldo;

- Estação Ecológica Cercadinho, incêndio atinge a área interna da unidade em Belo Horizonte;

- Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, incêndio atinge a área interna da unidade em Nova Lima;

- Área de Proteção Ambiental (APA) Rio Pandeiros, incêndio atinge a área interna da unidade em Bonito de Minas e Januária;

- Floresta Estadual do Uaimii, incêndio atinge a área interna da unidade em Ouro Preto;

- Parque Estadual Serra do Papagaio, incêndio atinge a área interna da unidade em Itamonte e Alagoa;

- Parque Estadual Serra do Brigadeiro, incêndio atinge a área interna da unidade em Pedra Bonita e Araponga;

- Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acarí, incêndio atinge a área interna da unidade em Chapada Gaúcha;

- Área de Proteção Ambiental Alto do Mucuri, incêndio atinge a área interna da unidade em Itaipé e Ladainha;

- Refúgio de Vida Silvestre Macaúbas, incêndio atinge o entorno da unidade em Santa Luzia;

- Parque Estadual Grão Mogol, incêndio atinge o entorno da unidade em Grão Mogol;

- Área de Proteção Ambiental Cochá e Gibão, incêndio atinge a área interna da unidade em Bonito de Minas;

- Monumento Natural Estadual Serra da Moeda, incêndio atinge o entorno da unidade em Itabirito;

- Parque Estadual Pico do Itambé, incêndio atinge o entorno da unidade em Serro;

- Parque Estadual Serra do Ouro Branco, incêndio atinge a área interna da unidade em Ouro Preto;

- Parque Estadual de Paracatu, incêndio atinge o entorno da unidade em Paracatu;

- Parque Estadual Serra do Intendente, incêndio atinge a área interna da unidade em Conceição do Mato Dentro;

- Parque Estadual do Biribiri, incêndio atinge o entorno da unidade em Diamantina;

- Área de Proteção Ambiental Serra do Sabonetal, incêndio atinge a área interna da unidade em Itacarambi;

- Refúgio de Vida Silvestre Rio Pandeiros, incêndio atinge a área interna da unidade em Januária;

- Parque Estadual do Pau Furado, incêndio atinge o entorno da unidade em Uberlândia;

- Parque Estadual Sagarana, incêndio atinge o entorno da unidade em Riachinho;

Últimos 23 anos de incêndios

Ano / Queimadas*

1998 – 2.584

1999 – 3.140

2000 – 1.946

2001 – 2.561

2002 – 5.895

2003 – 8.018

2004 – 5.717

2005 – 5.030

2006 – 7.014

2007 – 10.547

2008 – 5.439

2009 – 2.815

2010 – 9.760

2011 – 8.018

2012 – 4.871

2013 – 2.963

2014 – 5.365

2015 – 3.114

2016 – 4.779

2017 – 5.219

2018 – 2.877

2019 – 6.108

2020 – 4.726

2021 – 9.128

Fonte: Incêndio Nacional de Pesquisas (INPE) / Divulgação

*Os dados se referem a focos detectados pelos satélites do Inpe

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