Os professores da rede particular de ensino de Belo Horizonte decidiram programar uma nova paralisação das atividades para quarta-feira (1º).
Nesta terça (24) os trabalhadores se reuniram em uma assembleia para discutir a insatisfação com as mudanças na carreira proposta em convenção coletiva com o sindicato patronal.
“Deflagrou estado de greve. Significa que na próxima assembleia, na quarta-feira, poderemos decidir por greve a partir de quinta”, explicou Valéria Morato, presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro).
“Decidimos rejeitar a proposta patronal de retirada de direitos, reiterar nossa pauta que é ‘nenhum direito a menos’, e a recomposição salarial pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mais 5% de ganho real”, acrescentou.
Reivindicações
Segundo o Sinpro, os donos de escolas querem retirar o desconto da bolsa de quem atrasar a mensalidade, aumentar o número de situações que permitem reduzir a carga horária dos professores sem ter de indenizá-los, incluir na Convenção uma cláusula chamada de “controle alternativo de jornada”, que cria uma oportunidade para a escola não registrar nem pagar horas extras dos professores, entre outros pontos.
Ainda segundo o sindicato, é intenção do patronal "dividir a categoria", ao propor uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) diferente para os docentes do ensino superior. Em relação ao reajuste, eles ofereceram 5% para a educação básica e 4% para o ensino superior – percentuais abaixo da inflação oficial.
Os docentes reivindicam recomposição salarial de acordo com a inflação acumulada desde 2020 e um ganho real de 5% (total de 25,23%), manutenção dos direitos previstos na CCT, regulamentação do trabalho virtual, entre outros pontos de valorização profissional.
Posicionamento Patronal
Em nota, o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe-MG) afirmou que "as interações com os sindicatos representativos dos profissionais que trabalham nas instituições particulares de ensino se encontram em plena negociação".
O Sinep-MG afirmou, ainda, que as escolas estão impactadas financeiramente pelas consequências da pandemia, incluindo a transferência de alunos para a rede pública por conta da crise econômica.
“Entendemos que, com o histórico de bom senso que possuímos nessas tratativas, e face aos desafios enfrentados por todos neste contexto – instituições particulares de ensino, professores e demais profissionais – chegaremos a um bom termo nessas negociações”, diz a nota.