Os professores da rede particular de ensino de Belo Horizonte e de outras cidades mineiras decidiram manter a paralisação da categoria. A greve foi decretada na última segunda-feira. Educadores são contra as mudanças na carreira propostas pelos donos de escolas.
Nessa terça-feira, os professores da rede particular se reuniram com o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe) onde discutiram as cláusulas da negociação, no entanto a reunião se encerrou sem uma decisão.
Na manhã desta quarta-feira, os professores se reuniram na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para discutir o movimento. Eles decidiram manter a paralisação. Uma nova reunião foi marcada para a próxima semana.
“Considerando que as escolas não alteraram a proposta, decidimos pela continuidade da greve e marcamos para a segunda-feira uma nova reunião”, afirmou Thais Claudia da Fonseca, presidente interina do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG).
Por meio de nota, o Sinepe afirmou que as negociações estão em curso e que, por isso, não faz sentido a paralisação. “No que diz respeito ao indicativo de paralisação das atividades dos professores pelos seus representantes, o SinepeMG entende que ele não se aplica e nem faz sentido durante o processo de negociação”, afirmou a entidade.
Reivindicação
Segundo o Sinpro-MG, os donos de escolas querem retirar o desconto da bolsa de quem atrasar a mensalidade, aumentar o número de situações que permitem reduzir a carga horária dos professores sem ter de indenizá-los, incluir na Convenção uma cláusula chamada de “controle alternativo de jornada”, que cria uma oportunidade para a escola não registrar nem pagar horas extras dos professores, entre outros pontos.
Ainda segundo o sindicato, é intenção do patronal "dividir a categoria", ao propor uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) diferente para os docentes do ensino superior. Em relação ao reajuste, eles ofereceram 5% para a educação básica e 4% para o ensino superior – percentuais abaixo da inflação oficial.
Os docentes reivindicam recomposição salarial de acordo com a inflação acumulada desde 2020 e um ganho real de 5% (total de 25,23%), manutenção dos direitos previstos na CCT, regulamentação do trabalho virtual, entre outros pontos de valorização profissional.