Os professores da rede particular de ensino de Belo Horizonte e de outras cidades mineiras, de braços cruzados desde segunda-feira, realizam, nesta quarta-feira, uma assembleia para discutir os rumos da greve. Os trabalhadores são contra as mudanças na carreira propostas pelos donos de escolas.
Segundo o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), os donos de escolas querem retirar o desconto da bolsa de quem atrasar a mensalidade, aumentar o número de situações que permitem reduzir a carga horária dos professores sem ter de indenizá-los, incluir na Convenção uma cláusula chamada de “controle alternativo de jornada”, que cria uma oportunidade para a escola não registrar nem pagar horas extras dos professores, entre outros pontos.
Ainda segundo o sindicato, é intenção do patronal "dividir a categoria", ao propor uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) diferente para os docentes do ensino superior. Em relação ao reajuste, eles ofereceram 5% para a educação básica e 4% para o ensino superior – percentuais abaixo da inflação oficial.
Os docentes reivindicam recomposição salarial de acordo com a inflação acumulada desde 2020 e um ganho real de 5% (total de 25,23%), manutenção dos direitos previstos na CCT, regulamentação do trabalho virtual, entre outros pontos de valorização profissional.
Reunião na terça com o Sinepe
Nessa terça-feira, os professores da rede particular se reuniram com o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe) onde discutiram as cláusulas da negociação, no entanto a reunião se encerrou sem uma decisão.
O Sinepe afirmou não ter registro de instituições que tenham aderido à greve ou suspendido suas aulas. Segundo o Sinpro, cerca de 30% dos professores da rede particular cruzaram seus braços durante o primeiro dia de paralisação.