O Secretário de Infraestrutura do Estado de Minas Gerais, Fernando Marcatto, detalhou nesta sexta-feira (21) os planos para o traçado do Rodoanel Metropolitano.
Segundo Marcatto, as duas propostas apresentadas pela Prefeitura de Betim não foram acatadas por prejudicarem o desempenho da via, e por motivos ambientais.
“No caso da primeira proposta de Betim, a construção do Rodoanel seria R$ 1 bilhão mais cara, e teria queda de demanda de 10%”, diz Marcatto. “Ao afastar da malha urbana [de Betim], o Rodoanel deixaria de atender 10% dos veículos que circulariam na via”, completou.
“No caso da Proposta 2, teríamos o problema da Alça Sul, que passaria novamente pelo distrito de Casa Branca [em Brumadinho]. Essa proposta foi derrubada por motivos ambientais”, reiterou Marcatto.
O Secretário mencionou ainda a proposta de alteração apresentada pelo município de Contagem, que pedia um afastamento do traçado da Área de Proteção Ambiental (APA) Vargem das Flores. Segundo Marcatto, “a medida retiraria o Anel de dentro de Contagem”.
“O projeto atual tem em vista o plano de manejo de Vargem das Flores”, explicou Marcatto, que reforçou que o traçado vai priorizar áreas já ocupadas por empreendimentos rodoviários, dentro da Área de Proteção.
“O Anel serve ainda como uma barreira para que a especulação imobiliária que já existe em contagem não continue”, explicou.
Sobre a elaboração do traçado para o Rodoanel, Marcatto destacou que o projeto vem sendo desenvolvido há quase 10 anos. “O traçado não foi inventado de uma hora pra outra. Ele integra o Plano Diretor de Desenvolvimento Rodoviário da Região Metropolitana. Esse plano existe desde 2012. É um planejamento de longo prazo, não um planejamento circunstancial de gestão”, disse.
Ainda segundo o secretário, todas as prefeituras impactadas pelo empreendimento foram ouvidas, no período de um ano. Foram realizadas ainda quatro audiências públicas sobre o tema, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Conclusão das obras
Marcatto detalhou, ainda, a previsão de conclusão das obras do Rodoanel Metropolitano. Para as alças Oeste e Norte, as obras devem ser concluídas em 2026. “Elas congregam 70% do volume de caminhões. Isso naturalmente já vai fazer com que — se não os mil veículos diários — uma boa parte disso saia do Anel Rodoviário”.
Para a alça Sul, a previsão é de conclusão entre 2027 e 2028. Entretanto, o trecho depende de questões ambientais.
Sobre o edital
O edital de licitação do Rodoanel Metropolitano foi lançado nesta sexta-feira (21), no Diário Oficial do Estado. Via é a aposta da gestão de Romeu Zema (Novo) para aliviar o trânsito do Anel Rodoviário — cenário de acidentes frequentes e tragédias na Grande BH.
A proposta é que sejam construídos 100 quilômetros de malha rodoviária, divididos em quatro alças que ficarão na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A empresa interessada terá 30 anos de concessão.
De acordo com o edital publicado no Diário Oficial do Estado, o Contrato de Concessão do Rodoanel Metropolitano terá valor estimado de R$ 3,5 bilhões. Outros 3 bilhões de reais serão aportados pelo Governo de Minas, por meio do acordo de reparação da Vale por Brumadinho.