A realização de uma etapa da Stock Car em Belo Horizonte voltou a gerar polêmica, nesta quarta-feira (28). Circulam, desde o início do dia, imagens que mostram funcionários da Prefeitura (PBH) cortando árvores no entorno do Mineirão, na Região da Pampulha, onde vai acontecer o circuito automobilístico.
A supressão dos espécimes gerou revolta de ambientalistas, que fecharam vias de acesso ao estádio na tarde de hoje. Ao todo, 66 árvores serão cortadas para o desenho do circuito da prova.
Diante da repercussão, o chefe da Superintendência de Desenvolvimento da Capital, Henrique Castilho, e o Secretário Municipal de Meio Ambiente, José Reis, convocaram uma coletiva à imprensa para explicar o andamento das obras. Segundo eles, o corte de árvores foi aprovado, por 10 votos a 2, pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM), em reunião realizada no último dia 21. A ordem de serviço para a supressão das árvores também foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM).
Segundo Reis, já está previsto o plantio de quase 700 espécimes em diferentes pontos de BH, como compensação pelas supressões feitas para a Stock Car. Os trabalhos iniciam ainda nesta semana. “Venho aqui, por determinação do prefeito Fuad, comunicar o início do plantio de 688 novas plantas, com o requisito mínimo de tamanho de 2 metros e meio”, afirmou o Secretário de Meio Ambiente, José Reis. Segundo ele, 63 novas plantas serão plantadas na Região da Pampulha, a partir da próxima sexta-feira (1).
Em fala à imprensa, Castilho explicou os motivos para a supressão dos espécimes no entorno do Mineirão. “Desde agosto do ano passado estamos trabalhando esse circuito provisório. Gostaríamos que a população entendesse que, quando você monta uma prova desse gabarito, do Stock Car, que vai passar para o mundo inteiro, ao vivo, precisa de ter sustentabilidade, precisa ter segurança, precisa ter inclusão social. Desde o início estamos trabalhando dessa forma”, explicou. “É muito pouca árvore, em relação ao que se precisava retirar. A pista precisa ser estudada, precisa ser aprovada pela Comissão Brasileira de Automobilismo (CBA), e precisa ser analisada pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo). Há necessidade de ter segurança, não só para a população, mas também para os pilotos”, completou. Ainda segundo ele, as árvores suprimidas estariam em áreas de circuito como curvas, áreas de escape, chicane, entre outras.
Em entrevista recente ao Central 98, 2ª Edição, Castilho explicou que as etapas da Stock Car que chegam a BH contam com contrapartidas, que envolvem o replantio de árvores e diálogos com as partes envolvidas (veja a íntegra da entrevista abaixo).
Castilho reforçou, ainda, que está prevista uma reunião com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com o objetivo de debater medidas mitigadoras dos danos causados pela realização da Stock Car no entorno do Mineirão. Encontro foi pedido pela reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart, e tem como principal preocupação a saúde dos animais atendidos pelo Hospital Veterinário da universidade. Segundo o superintendente, está em estudo um projeto que propõe barreiras de som na área do circuito da prova. A realização do evento também será analisada pelo MPMG.