A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vai poder suprimir 274 árvores para a construção de um prédio no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH TEC) na Pampulha. A autorização foi dada pela prefeitura durante reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) realizada nessa quarta-feira.
A nova edificação está localizada em uma Área de Relevância Ambiental (ARA), às margens do Anel Rodoviário e da Avenida Carlos Luz. A Universidade pretende construir um prédio de cinco andares. O pedido para análise foi feito em 11 de junho.
Das quase 300 árvores que serão suprimidas, 15 são ipês-amarelos, espécie protegida por lei ambiental. Como medida compensatória, deverão ser plantadas 252 árvores e 1.080 mudas. Já em relação aos ipês, do total levantado a ser compensado (97 mudas), 75 devem ser de mudas de ipê-amarelo catalogadas e identificadas.
O Comam ainda terá que analisar o corte dos ipês, mesmo com a autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
O que diz a UFMG?
Por meio de nota, a Universidade Federal de Minas Gerais afirmou que recebeu com estranheza o pedido de esclarecimento sobre a autorização de corte de árvores. "Primeiro, pela temporalidade, já que, mais uma vez, a questão surge no momento em que a UFMG reitera judicialmente o pedido de cancelamento da corrida Stock Car no entorno do campus Pampulha, por não ter sido apresentada, até o momento, ação concreta para mitigação dos impactos", afirmou.
"Segundo, pela forma, já que a Universidade toma conhecimento, mais uma vez, e é instada a se posicionar sobre o assunto na imprensa, antes mesmo de qualquer acionamento nas instâncias legais devidas. E por fim, mas talvez o mais relevante, pela inadequação, uma vez que a UFMG não responde pela associação Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), que é uma figura jurídica distinta e que tem como sócios não apenas a Universidade, mas também o Governo do Estado de Minas Gerais, a Prefeitura de Belo Horizonte, a Fiemg e o Sebrae MG", finalizou.
Stock Car
A autorização para o corte de árvores pela UFMG vem em um momento em que a Universidade questiona a supressão de espécies no entorno do Mineirão para a realização da etapa da Stock Car. A Universidade acionou a Justiça e o caso ainda estão sendo analisado. Em 25 de julho, a Justiça negou o pedido de suspensão corrida. O mérito da decisão ainda será analisado.
Organizadores da prova também questionam a retirada de vegetação por parte da instituição de ensino. Documento entregue aos ministérios públicos Estadual e Federal mostra que aproximadamente 5 mil árvores foram suprimidas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sem a comprovação da compensação ambiental. O parecer técnico, assinado por nove peritos, analisou o período entre 2002 e 2024.