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Imagem: Instituto Estrada Real / Divulgação

As preciosidades do caminho dos Diamantes

Com belezas naturais de tirar o fôlego, rota se destaca pela história e gastronomia singular


Daniel Magalhães Junqueira

Entretenimento

Coluna de Turismo assinada por Daniel Magalhães Junqueira - Presidente do Instituto Estrada Real


Em 1729, as pedras preciosas de Diamantina ganharam destaque nas economias brasileira e portuguesa. Instigados pelos boatos de encontrar pedras preciosas, uma grande quantidade de mineiros partiu em direção a Serra do Espinhaço, nascia então o Caminho dos Diamantes. O Caminho se destaca por suas belezas naturais de tirar o fôlego e seus recantos repletos de histórias, além de possuir uma gastronomia singular.

O Caminho dos Diamantes segue ao longo da Serra do Espinhaço, considerada reserva da biosfera pela UNESCO desde 2005. São 395 km em 12 cidades do eixo principal e 38 cidades na área de abrangência, de paisagens exuberantes e rico artesanato. Atrativos que reúnem a 3ª maior cachoeira do Brasil, resquícios do Caminho dos Escravos, Pinturas Rupestres, povoados charmosos, Santuário Natural e Parque Nacional.


Iniciando o caminho, Diamantina é uma das mais importantes cidades da era colonial brasileira, que mantém preservadas suas igrejas centenárias e casarios coloniais, e já serviram de moradia para importantes personagens da história mineira, destaques para a casa da Chica da Silva, hoje sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e a casa onde viveu Juscelino Kubistcheck, que abriga atualmente um Museu relacionado à vida e carreira de JK.

Além da história e cultura latentes, atrativos como o caminho dos escravos (trecho preservado da Estrada Real), belas grutas, cachoeiras, e o povoado de Biribiri, com sua tranquilidade e a produção do típico artesanato mineiro, são atrações à parte.

Diamantina ainda conta com uma musicalidade que lhe é peculiar, manifestada através de uma série de eventos artístico-culturais, exemplo disso é a Vesperata, um dos principais eventos da cidade, é um interessante concerto noturno ao ar livre, onde os músicos tocam sob os balcões dos sobrados da tradicional Rua da Quitanda.

Indo em direção ao Serro, Terra do Queijo, devido à produção do famoso Queijo do Serro, não podemos deixar passar despercebidos os povoados de São Gonçalo do Rio das Pedras, com o antigo calçamento de pedra utilizado pelos tropeiros, e a ponte que corta o Rio Jequitinhonha, datada do Século XVIII. E Milho Verde, com paisagem de tirar o fôlego, composta por vales e montanhas da Serra do Espinhaço, todas recheadas de cachoeiras.

Comprovando as belezas naturais do caminho, a Cachoeira do Tabuleiro com 273 metros de altura e o formato que remete à figura de um coração, é a maior de Minas e a terceira mais alta do país, sendo eleita a mais bonita do Brasil pelo “Guia Quatro Rodas”. Com uma hora e meia de caminhada, em uma trilha toda sinalizada, a Cachoeira do Tabuleiro é um destino inesquecível.

A Cachoeira do Tabuleiro integra o Circuito Nacional da Serra do Cipó, marcada por rochas arenosas, a região se encontra no divisor de águas entre as bacias dos rios São Francisco e Doce. Com uma das maiores diversidades de flora e fauna do mundo, inclusive de espécies ameaçadas de extinção. A região abriga o Parque Nacional da Serra do Cipó, que tem por objetivo proteger e preservar esse patrimônio natural. O parque é caracterizado por sítios arqueológicos, cânions, cavernas, cachoeiras, rios, matas, campos rupestres e cerrados.

Bem no alto da serra, um dos pontos turísticos mais visitados, a estátua do Juquinha é uma homenagem feita a um andarilho que vagava por lá colhendo flores e oferecendo aos turistas, ou trocando por objetos de seu interesse, até pratos de comida. O local onde se encontra a estátua, que tem 3 metros de altura, proporciona uma belíssima visão panorâmica de toda a montanha.

Vale evidenciar também o Museu do Tropeiro no distrito de Ipoema, que retrata os valores e a cultura tropeira em um acervo de mais de 500 objetos. O museu conta com diversos eventos como a tradicional Roda de Viola, que costuma acontecer aos sábados de lua cheia.

Chegando à região denominada Entre Serras, aos pés da imponente Serra do Caraça, temos mais história, que começa no distrito de Cocais, que abriga o sítio arqueológico Pedra Pintada, com pinturas rupestres de desenhos semelhantes aos das grutas de Altamira, no norte da Espanha, e Lascaux, no sul da França. Passa por Catas Altas no Bicame de Pedra, um aqueduto construído pelos escravos em 1792, de 4 metros de altura, para abastecer as antigas fazendas da região. E termina no Santuário do Caraça, aonde funcionou um colégio no qual estudaram grandes personalidades da história brasileira como os presidentes do Brasil Arthur Bernardes e Affonso Pena. Hoje, o Caraça é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), que abrange uma área de 11.233 hectares. A palavra Caraça se deve à forma que tem parte da serra, que lembra a imagem de um rosto de um gigante deitado.

É um local com grande visitação, pois sua fauna e flora além de preservadas, são extremamente bonitas. Um dos animais que atrai pessoas do mundo inteiro é o Lobo Guará, que sobe todas as noites até o adro da igreja (a primeira em estilo neo-gótico construída no Brasil) para se alimentar, sem se intimar com a presença dos visitantes, que podem vislumbrar a beleza do animal.

O disco "Missa do Quilombo" de Milton Nascimento, artisto brasileiro consagrado internacionalmente, foi gravado ao vivo, em março de 1982, nas dependências da Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, no Santuário.

O tempo de viagem pelo Caminho dos Diamantes de acordo com as modalidades é:

  • Bicicleta - 8 dias;
  • a pé - 27 dias;
  • carro e moto - 4 dias;
  • cavalo - 14 dias

Essa previsão foi calculada para que o turista possa aproveitar todos os atrativos que o Caminho dos Diamantes possui e planejar melhor a viagem.

Acesse nosso site e programe sua próxima viagem pela Estrada Real, e experimente todos os encantos do Caminho dos Diamantes. No nosso próximo programa vamos falar do nosso quarto e último Caminho, do Sabarabuçu. Venha com a gente! Estrada Real: Uma estrada, seu destino!


* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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