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Imagem: McDonalds / Divulgação

A Economia do Hambúrguer: como o Big Mac pode te ajudar a viajar barato para o exterior

Índice criado pela 'The Economist' compara preço do famoso sanduíche em relação às moedas locais de cada país; entenda como ele funciona!


Samuel Barbi

Notícias

Especialista em economia, entra ao ar às segundas-feiras com a coluna MundoZFundos, no RádioCast 98


O Índice Big Mac foi inventado em 1986 pela revista The Economist. A ideia era criar um guia simples, alegre e direto para saber se as moedas estariam em equilíbrio. Tudo isso é fundamentado na teoria da Paridade do Poder de Compra (PPC), uma noção de que no longo prazo as taxas de câmbio deveriam equalizar os preços de bens e serviços entre os diferentes países. Isto é, imaginava-se que preço de um Big Mac, produto padronizado em todo o mundo, deveria ser o mesmo, não importando se em São Paulo, Tóquio ou Nova Iorque.

É importante entender que A Economia do Hambúrguer" nunca foi concebida como um medidor preciso do desalinhamento entre as moedas mundiais, mas apenas como uma ferramenta para tornar as teorias das taxas de câmbio mais digeríveis para as pessoas. Apesar disso, o Índice Big Mac tornou-se um padrão global, tendo sido inserido em vários livros de economia e objeto de muitos estudos acadêmicos. 


Quem valoriza o dinheiro quer pagar menos por produtos e serviços de qualidade. O índice Big Mac traduz muito bem esse sentimento. Eu, uso o índice na prática para escolher os destinos de minhas viagens pelo mundo. Por que pagar mais caro nas coisas se posso usar o dinheiro que sobra para me divertir viajando, conhecendo culturas e gastronomias?

Como funciona o índice?

A Paridade do Poder de Compra (PPC) implica que as taxas de câmbio são determinadas pelo valor dos bens que as moedas podem comprar. Diferenças nos preços locais, neste caso para Big Macs, podem sugerir qual deveria ser a taxa de câmbio de equilíbrio. Sendo assim, utilizando a Economia do Hambúrguer, podemos estimar o quanto uma moeda está sub ou supervalorizada em relação a outra moeda do globo.

Em geral, o padrão de comparação estabelecido é o de preços dos Estados Unidos, dessa forma, o valor do índice para este país será de zero. Em dezembro de 2021, um Big Mac no Brasil custava R$ 22,90 e US$ 5,81 nos Estados Unidos. A taxa de câmbio implícita nesta relação é 3,94. A diferença entre esta e a taxa de câmbio real, 5,31*, sugere que o real brasileiro estaria 25,8% desvalorizado (mais barato que nos EUA).

Quais são os países mais baratos para brasileiros?

Lideram a lista dos países mais baratos: 

Rússia

O país já via seu dinheiro desvalorizando durante a pandemia e, com os custos e as sanções econômicas decorrentes da guerra teve um derretimento ainda mais rápido de sua moeda. Infelizmente, a sede da última Copa do Mundo não está no melhor momento para passeios turísticos. Inclusive a MC Donald’s encerrou sua atuação no país, portanto, não há mais nem como comprar os Big Macs que estariam 70% mais baratos que nos EUA.

Turquia

Na belíssima Istambul ou mesmo na linda Capadócia dos instagramáveis voos de balão, pode-se comprar o Big Mac com desconto de 67,9% frente aos preços americanos. 

Indonésia

O país em que se localiza o paraíso de Bali foi recentemente reaberto ao turismo. Os preços são excepcionais e deixam os brasileiros de queixos caídos (comentamos sobre isso no RadioCast - clique para ver). Pode-se comprar o Big Mac com desconto de 59,3%.

Malásia

O país tem incríveis arranha-céus e, no topo deles, absurdas piscinas de bordas infinitas! É um ótimo ponto de parada no sudeste asiático e é possível fazer seu lanche pagando 58,9% menos que nos EUA.

Romênia

Pode-se visitar a Transilvânia e o castelo do Conde Drácula pagando 58,6% a menos nos seus dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola picles e um pão com gergelim!

Confira a lista completa no site oficial: https://www.economist.com/big-mac-index  

Ao escolher meus destinos de viagens sempre observo o Índice Big Mac, pois ele acaba retratando distorções de preços que tornam seu destino mais bem aproveitado em termos financeiros. E isso não somente para o Big Mac, mas acaba indicando também que, em média, os restaurantes, hotéis, roupas e serviços tendem a ser mais baratos em países com moedas desvalorizadas frente à nossa. Significa você ser mais rico, tendo a mesma quantidade de dinheiro!

Observação:

*A base de dados da “The Economist” considerou a cotação do dólar na data de publicação de sua matéria, em fevereiro de 2022.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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