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Imagem: Reprodução / Fotos Públicas

Afinal, seguro de vida vale a pena?

Proteja sua família financeiramente de doenças, acidentes ou mesmo da morte


Samuel Barbi

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Especialista em economia, entra ao ar às segundas-feiras com a coluna MundoZFundos, no RádioCast 98


Quem tem carro, em geral, contrata seguro. Por quê? Caso o carro seja roubado ou sofra um acidente, os prejuízos poderiam ser muito grandes para seu dono. Se um automóvel tem estima a ponto de valer a pena ser segurado, acredito que a sua própria vida é ainda mais relevante.

Muitas pessoas veem o seguro de vida como algo desimportante, afinal, elas não vão desfrutar de seus benefícios pois estarão mortas. Na verdade, não é bem assim que funciona, pois este seguro é a porta de entrada para diversas outras importantes proteções recebidas ainda em vida, além de um instrumento perfeito para proteção das pessoas que você mais ama.

Na coluna da semana passada, comentei que você é uma máquina de fazer dinheiro. A sua qualidade de vida e de sua família dependem dessa máquina estar em perfeito funcionamento, afinal, se ela quebrar, haverá custos para consertá-la e, enquanto isso, o equipamento enfrentará dificuldades para continuar gerando dinheiro. Nesse sentido, existem proteções adequadas para cada situação, seja para cobrir custos inesperados, gerar renda no período em que você estiver impossibilitado de trabalhar ou, em último caso, para o indesejado falecimento.

Cobertura de Custos

As pessoas acreditam que o Sistema Único de Saúde (SUS) ou os planos de saúde privados cobririam seus custos em caso de doenças ou acidentes. Mas, em diversas situações, isso não é verdade. O SUS nem sempre tem vagas disponíveis (o que pode significar a diferença entre vida e morte) e os planos privados trabalham com exceções, limites e coparticipações. Para se proteger dessas situações existem algumas coberturas importantes, como:

Doenças Graves

Ninguém deseja ter câncer, infarto, falência de órgãos, enfrentar cegueira, surdez ou outras enfermidades de difícil solução. Na verdade, não estamos preparados para nossa própria máquina apresentar problemas. Mas, eles acontecem. Uma doença grave pode te tirar do trabalho, exigir altos custos com tratamentos, medicações e até mesmo procedimentos de urgência que alguns planos de saúde não cobrem. A proteção contra doenças graves, paga uma indenização logo após o diagnóstico do segurado e, este recurso pode ser usado livremente, conferindo tranquilidade financeira para enfrentar este momento tão delicado.

Perda da Autonomia Pessoal

Essa proteção é desenhada para situações em que a pessoa fica incapacitada de cuidar de si mesma, necessitando da ajuda de terceiros para atividades consideradas essenciais a vida diária: vestir, comer, andar, tomar banho, ir ao banheiro e manter higiene pessoal. Caso o segurado não consiga executar 4 dessas 6 atividades sozinho, em função de doença ou acidente, recebe o valor que pode custear a adaptação da residência e a contratação de cuidadores, por exemplo.

Coberturas de Renda

E a renda que posso perder enquanto enfrentar uma difícil situação de saúde? Há coberturas também para esses casos? Sim, vamos entender brevemente algumas delas:

Renda Hospitalar

Tem por objetivo pagar uma renda proporcional a sua renda mensal para cada dia em que ficar internado em um hospital, seja por doenças ou acidentes. Em geral, as seguradoras exigem um mínimo de 4 dias de internação como franquia, mas o recebimento do seguro é retroativo a todo o período de hospitalização. Importante destacar que ao receber alta o benefício é encerrado. O custo mensal dessa proteção é relativamente baixo, justificando sua contratação, especialmente para profissionais autônomos, pessoas com planos de saúde coparticipativo e para quem não possui reserva de emergência formada.

DIT – Diária por Incapacidade Temporária

O DIT também garante o pagamento de uma renda diária ao segurado, em caso de afastamento do trabalho, sem a necessidade de estar internado em um hospital. É uma cobertura que exige uma franquia maior, em média 10 dias de afastamento e sem retroatividade. Isto é, se você ficar afastado por 11 dias, recebe por apenas 1. Também é indicada para profissionais autônomos e para quem não possui reserva de emergência formada.

Invalidez (total e/ou parcial)

Esse é o maior risco de todo profissional ativo. A invalidez limita a gerar renda com trabalho e, mesmo que já disponha de bons investimentos, é possível que tenha que desconstruir seu patrimônio ao longo do tempo. Isso é ainda mais grave para quem não tem reservas.

Já pensou em um médico ou dentista que perca o movimento de uma das mãos? Ou mesmo de outros profissionais que dependam diretamente da visão, voz, audição, pernas, pés, braços e mãos para trabalhar? Em alguns casos isso pode encerrar a carreira profissional em uma determinada função. As coberturas de invalidez são estruturadas para garantir recursos que protejam a você e sua família dessa perigosa situação.

Coberturas para Morte

O seguro de vida é o mais conhecido e visa proteger sua família em caso de falecimento. Em geral é a cobertura básica entre todas as proteções e, sem ela, muitas vezes não é possível contratar as demais. Este seguro é um instrumento bastante importante para o que chamamos de sucessão patrimonial.

Após o falecimento de uma pessoa, é necessário realizar um inventário e o pagamento do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), com alíquota de 5% em Minas Gerais e podendo chegar até a 8% a depender do estado. Esses custos são bastante altos, em especial, para pessoas com patrimônio em seu nome. Seu pagamento deve ocorrer em até 180 dias do óbito e é uma grande fonte de brigas e divergências nas famílias.

O valor do Seguro de Vida é pago aos beneficiários e livre de qualquer forma de tributação, inclusive do ITCMD. Além disso, oferece aos herdeiros agilidade no pagamento do inventário evitando dores de cabeça e dilapidação do patrimônio para custear todo esse caro processo.

Em todo caso, precisamos compreender que seguro não é investimento, mas uma ferramenta de proteção financeira que cobre consideráveis riscos da vida. Dessa forma, pode ser entendido como uma etapa essencial (e anterior) ao seu processo de construção de patrimônio e de liberdade financeira. Significa segurança para você e sua família, no caso de algo no caminho não ocorrer exatamente como previsto.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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