Consolidando o ciclo de contração na política monetária, e as incertezas em torno da inflação e da economia global, o Banco Central (BC) confirmou, nesta quarta-feira (29/01), as projeções de aumento dos juros básicos da economia e definiu a taxa Selic em 13,25% ao ano, uma elevação de 1 ponto percentual.
O anúncio foi feito durante a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sob o comando do presidente Gabriel Galípolo. Além de esperada pelo mercado financeiro, a elevação em 1 ponto havia sido anunciada pelo BC na reunião de dezembro.
Essa foi a quarta alta seguida da Selic. Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro do ano passado, com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto e uma de 1 ponto percentual.
Crédito mais caro
O aumento da taxa Selic ajuda a conter a inflação. Isso porque juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas maiores dificultam o crescimento econômico. No último Relatório de Inflação, o Banco Central elevou para 2,1% a projeção de crescimento para a economia em 2025.
O mercado projeta crescimento um pouco menor. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 2,06% do PIB em 2025.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.
*Com informações da Agência Brasil