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Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

Dólar recua e atinge R$ 5,94, menor patamar desde novembro

Câmbio reage às expectativas do mercado sobre tarifas de importação dos EUA


Por Marcelle Fernandes

O dólar teve forte queda, nesta quarta-feira (22/01), e fechou o dia a R$ 5,94, menor patamar desde novembro. O recuo do câmbio é reflexo da avaliação do mercado de que Donald Trump será mais comedido e estratégico na adoção de tarifas de importação, expectativa que diminuiu a percepção sobre os riscos à economia global, e beneficiou principalmente as moedas de países emergentes exportadores de commodities.

Ontem à noite, Trump indicou que pretende taxar em 10% as importações de produtos chineses. O número surpreendeu, dado que durante a campanha ele chegou a prometer taxação de até 60%.

Além disso, uma reportagem do Wall Street Journal apontou que o objetivo de Trump ao taxar produtos do México e Canadá era antecipar de 2026 para 2025 a negociação do acordo de livre-comércio entre estes dois países e os Estados Unidos.

No mercado à vista, a moeda americana recuou para R$ 5,9465 , o menor nível de fechamento desde 27 de novembro, quando encerrou o pregão a R$ 5,9135.

No mercado futuro, o contrato do dólar para fevereiro tinha queda de 1,33% por volta das 17h05, a R$ 5,9560. Na mínima da sessão, o dólar à vista chegou a R$ 5,9165 - menor taxa intradia desde 12 de dezembro. Já o dólar futuro tocou R$ 5,9255

Um outro fator que colaborou com a queda do dólar hoje foi a velocidade das perdas e o rompimento de níveis psicológicos relevantes - como a barreira dos R$ 6.

Ibovespa

Vindo de três altas consecutivas, o Ibovespa permaneceu em margem de variação restrita neste meio de semana, de 940 pontos entre a mínima (122.925,68) e a máxima (123.865,07) da sessão. Após indecisão entre leves ganhos e perdas, e sem se distanciar muito da estabilidade, o índice tentou se firmar em alta na etapa vespertina, mas acentuou um pouco as perdas em direção ao fechamento, cedendo 0,30%, aos 122.971,77 pontos. Após duas sessões de giro bem fraco, o volume financeiro subiu para R$ 19,2 bilhões. Na semana, o Ibovespa avança 0,51%.

No acumulado do ano, o fluxo de capital externo está positivo em R$ 3,725 bilhões na B3, conforme dados atualizados até o dia 20. Esta recuperação de fluxo contribui para a relativa melhora do Ibovespa, que acumula ganho de 2,24% em janeiro, comparado a uma perda de 4,79% no mesmo mês do ano passado.

Na B3, nesse contexto ainda de incerteza, o viés de baixa prevaleceu na sessão para as ações de maior peso e liquidez, com destaque para Vale (ON -2,52%), em dia negativo para o minério de ferro na China, e para Bradesco (ON -1,12%, PN -1,37%) entre os maiores bancos, setor em que BB (ON +1,83) e Santander (Unit +1,28%) derivaram para o campo positivo. Petrobras (ON -1,01%, PN -0,56%) acentuou perdas em direção ao fechamento. Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque para Azul (+6,98%), CVC (+6,36%) e LWSA (+5,66%). No lado oposto, RDSaúde (-4,52%), Brava (-4,13%) e Minerva (-3,42%).

Juros

O alívio na curva de juros perdurou no período da tarde desta quarta (22/01), seguindo o mesmo motivo da manhã: a queda acentuada do dólar.

No fim da sessão, as taxas se afastaram das mínimas intradia por um movimento técnico, mas operadores frisam que a percepção de que o presidente Donald Trump foi mais pragmático sobre tarifas contra a China contribuiu para um alívio nos prêmios de risco.

Outro foco do mercado financeiro fica para o comunicado do Copom na próxima quarta-feira (29/01). Como a autarquia contratou na última reunião duas novas altas de 1 ponto porcentual, o mercado aguarda mesmo pistas de um novo forward guidance.

A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 caiu para 14,920%, de 14,958% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 cedeu para 15,165%, de 15,171%, e o para janeiro de 2029 recuou para 14,995%, de 15,036%.

*Com informações da Agência Estadão

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