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Imagem: Samuel Barbi - Reprodução

Futebol e Investimentos: como escalar um time vencedor?

Quatro dicas para montar um esquema tático para fazer seu dinheiro render do jeito certo!


Samuel Barbi

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Especialista em economia, entra ao ar às segundas-feiras com a coluna MundoZFundos, no RádioCast 98


Uma dúvida frequente de quem quer começar a investir é a mesma dos grandes técnicos de futebol: a escalação. Não adianta ter um ataque parrudo e uma defesa cheia de buracos. Todos queremos um time vencedor, para isso, é essencial estratégia. Deve-se formar um time forte na defesa, com meio campo rápido e criativo, além de um ataque eficiente.

Cada técnico terá seu próprio esquema tático, o qual pode ser alterado conforme o adversário e as condições do jogo. 

Confira quatro “escalações” para garantir os investimentos e fazer um golaço na hora de fazer o dinheiro render!

1- Goleiro: Reserva de Emergência

Nenhum time joga sem goleiro, concorda? O goleiro é sua reserva de emergência. É o primeiro jogador a entrar em campo e jamais se deve jogar sem ele na escalação. É quem defende o seu patrimônio de ataques e te garante a segurança final caso haja falha do restante do time. Na dúvida simplifique, um goleirão que pode ser escalado facilmente por qualquer pessoa é o Tesouro Selic, disponível em qualquer corretora de investimentos ou mesmo em alguns grandes bancos.

2- Defesa: Fundos Imobiliários, Consumo não Cíclico e Utilidades Públicas

Uma defesa sólida garante que, quando o time for atacado, terá estabilidade técnica e emocional para roubar a bola e afastar o perigo do gol. No mundo financeiro os defensores são aqueles que não perdem tanto em momentos de crise e sempre geram caixa (rendimentos ou dividendos) para levar a bola pro campo de ataque.

Bons exemplos são os fundos imobiliários, os quais podem sofrer com a queda das cotações em momentos de crise, mas se mantêm pagando dividendos mensais. Atualmente há fundos pagando mais de 1% ao mês, oportunidade muito interessante para colocar esse jogador em campo.

Empresas de consumo não cíclico sofrem muito pouco com a queda de demanda em momentos complicados. Não é porque passamos por uma crise que vamos deixar de usar produtos de higiene pessoal, nos alimentar e beber. Portanto, essas empresas também são boas defensoras. O mesmo funciona para utilidades públicas, como saneamento, energia, gás. O dinheiro gerado por esses pagadores de dividendos pode ser usado para aumentar as posições em momentos de tensão, nos quais os ativos ficam a preços muito descontados.

3- Meio Campo: Consumo Cíclico, Saúde e Setor Financeiro

Já dizia Samuel Rosa: “o meio campo é o lugar dos craques que vão levando o time todo pro ataque”. Nessa posição do campo é preciso ter volantes brigadores, defensivos mas também armadores rápidos e criativos. Inclusive, é um local do campo que recebe muitas substituições para mudar os rumos do jogo. Sua escalação depende do momento político e econômico.

O setor financeiro é como os volantes, se comportam bem na defesa e no ataque. Ganham com a alta dos juros e superam as baixas com destreza. Bancos, seguradoras e até mesmo serviços de saúde têm uma conduta bem adequada a essa posição.

Já os setores de consumo cíclico como varejo, eletrodomésticos, automóveis, construção civil, vestuário, calçados e turismo, dependem muito das condições econômicas do país para se desenvolver. Sofrem mais em momentos de crise, mas desempenham muito bem em momentos de crescimento. Enfim, encontrar o melhor camisa 10 sempre foi o maior desafio dos técnicos, não seria diferente na gestão de uma carteira de investimentos.

4- Ataque: Small Caps e Criptoativos

O que importa realmente para um grande atacante é marcar gols. No caso de uma carteira de investimentos, os gols são alto crescimento e rentabilidade. O ataque é o local do campo em que são realizados os investimentos mais arriscados, como aquele craque que pode ficar sumido ao longo de todo jogo, mas quando a bola chega, empurra pra dentro com grande maestria.

Small caps são ações de empresas com pequeno valor de mercado na Bolsa de Valores, em geral, avaliadas em até R$ 2 bi (não é um número absoluto, esse recorte pode variar). Por serem ainda empresas pequenas, enfrentam uma grande relação de risco x retorno. Caso seu negócio prospere, podem crescer rapidamente e gerar muito valor para seus acionistas, em compensação, existe também o risco de o negócio não dar muito bem e seu dinheiro se perder.

E a bola da vez, o camisa 9, são os queridinhos criptoativos. Eles não geram renda passiva e enfrentam diversas dificuldades para se tornar uma moeda de fato (especialmente nas funções de unidade de conta e meio de troca). Sua expressiva valorização e grande interesse por parte da sociedade vem chamando atenção dos países, bancos, corretoras e empresas. Cada dia fica mais difícil deixá-los no banco de reservas.

Bem, essa é a uma escalação possível, com meu toque pessoal. Tenho certeza que cada um de vocês é capaz de montar uma equipe diferente, até mais vencedora. Quero saber sua opinião: o que mudaria nesse time?

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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