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Imagem: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Lira diz que Congresso vai tomar providências sobre política de preços da Petrobras sem "machucar a empresa"

Preço do gás natural é o principal problema a ser enfrentado pela estatal


Por Agência Estado

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), se mostrou insatisfeito com os esclarecimentos prestados por Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras, durante uma live de uma empresa de investimentos, nesta quinta-feira (16)

Lira chamou a atenção para o que chamou de valor "absurdo" do gás natural, destacado com um dos principais problemas que a estatal precisará esclarecer. Lira demonstrou que vai cobrar da estatal mais explicações sobre a polícias de preço, que pra ele não está clara. 

"Gás natural é um problema. Temos a informação de que o gás é extraído do pré-sal a perto de US$ 2, é importado do Qatar a perto de US$ 3. E as informações que nos chegam é que a Petrobras repasse esse gás a US$ 10 no País porque encaminha pelo seu gasoduto. Se tem algum problema lógico que temos que atacar o problema", disse presidente da Casa.

O presidente da Câmara criticou que, em um momento de crise enérgica, existam de oito a nove térmicas paradas por falta de gás natural, que seria fornecido pela Petrobras. O deputado ressalvou que tal informação, que chega até ele, precisa ser verificada.

Segundo ele, alguns requerimentos de informação elaborados por deputados sairão da Câmara com destino a Petrobras

"Providências podem ser pedidas, requerimentos podem ser feitos. Solicitações de ajuda a outros órgãos de controle. Mas é importante que a Petrobras se antecipe, esclareça, contribua, venha a público prestar esclarecimentos e se solidarizar com informações adequadas", disse. "Lógico que Congresso vai tomar e seguir com providências, sem machucar a economia, a empresa", continuou.

Segundo a reportagem, Elmar Nascimento (DEM-BA) quer pedir ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ao Ministério Público investigação sobre a formação de preços dos combustíveis pela Petrobrás.

"São atividades parlamentares individuais de cada deputado, não é uma ação da Câmara organizada", comentou Lira sobre a iniciativa. "Num momento drástico de crise enérgica, saída de pandemia, não é justo que se preconize só lucro e resultado de divisão de dividendos e repasse de lucros. É importante que se pense em política energética de esforço se tenha viés em pensar em estruturar setores, em facilitar desenvolvimento e investimentos no País", afirmou o presidente da Casa.

Após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmar nesta semana que o aumento de preços praticado pela Petrobras ocorre de forma mais rápida que em outros países, Lira endossou a avaliação. "Precisamos saber onde está o problema do preço dos combustíveis, há quem diga que a Petrobras repassa muito rápido, é das empresas que mais repassam o aumento do barril e do dólar com relação a outras petrolíferas do mundo", disse o presidente da Câmara.

Ao mostrar que não ficou satisfeito com as explicações concedidas pelo presidente da Petrobras na Câmara, Lira reforçou ser necessário entender a origem dos problemas para surgir uma solução, principalmente em relação ao preço do gás. "Que térmicas funcionem. Elas não resolverão problema energético, mas amenizam", disse.

"Sem alvoroço, tumulto, não está claro qual a política da Petrobras nesse momento de crise energética. Priorizar por exemplo suas térmicas que poderiam estar funcionando, as refinarias que poderiam estar funcionando com gás natural, estão com óleo diesel, poderiam estar com óleo, gás? Onde é vantagem, desvantagem", disse Lira. "Se pode se verificar se for verdade, absurdo esse preço de extração do gás, de importação e preço de venda da Petrobras, não se justifica extração entre US$1 e US$2 e venda de US$ 10. Se for verdade temos que corrigir, vai refletir diretamente no bolso", afirmou

O presidente da Câmara disse ainda que não defende uma prática de intervenção ou tabelamento de preços, mas cobrou que a política da estatal seja "justa" para dividir com "povo brasileiro um pouco da riqueza que ela arrecada".

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