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Imagem: Foto: Unsplash | Ben White

Quanto custa criar um filho no Brasil?

Valores podem variar entre R$108 mil e mais de R$1 milhão, entenda


Samuel Barbi

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Especialista em economia, entra ao ar às segundas-feiras com a coluna MundoZFundos, no RádioCast 98


A cada ano que passa temos observado o número médio de filhos por mulher cair no Brasil. Esse número que já foi maior que 6 na década de 1960 chegou a cerca de 1,7 em 2019, conforme dados do Banco Mundial. Dentre as inúmeras causas para a redução das taxas de fertilidade estão os altos custos para se criar um filho no Brasil.

É claro que os valores variam muito, especialmente em função da renda, padrão de consumo e localização das famílias. Guilherme Baía, planejador financeiro da Fiduc, fez as contas. Os valores consideram gastos com alimentos, vestuário, educação, saúde e outras necessárias para os 23 primeiros anos de vida, quando os jovens começam a ter maior autonomia financeira. 

A Classe D envolve famílias com renda de até R$3.636 por mês. São pessoas que tendem a optar por serviços públicos de saúde e educação, o que reduz bastante os gastos com os novos membros da família. Os custos mensais ficam em torno de R$ 392 mensais, totalizando cerca de R$ 108 mil, ao longo dos 23 anos.

Famílias da Classe C, com renda entre R$3.636 e até R$7.272, têm despesas médias mensais de R$ 1.307,00 com cada filho. As despesas ao longo da formação variam entre entre R$ 324 mil e R$ 432 mil para esse grupo.

No caso da Classe B, com rendas entre R$7.272 e R$12.120 mensais, investem aproximadamente R$ 2.546,00 por mês com cada um de seus pimpolhos. Ao longo de duas décadas os valores totais variam entre R$ 597 mil e R$ 878 mil.

As famílias mais ricas, representadas pela Classe A, com rendas acima de R$12.120 por mês, gastam com cada um de seus filhos entre R$ 882 mil e R$ 1,6 milhão. A média mensal de gastos é de R$ 3.998,00, mais de 10 vezes o custo de um filho na classe D!

 

Planejamento é essencial

Destaco que para além das despesas, devemos orientar as escolhas da vida também pelos nossos sonhos. Mesmo que o preço seja alto, se existe o desejo de ter filhos, deve-se planejar o quanto antes. Sabendo quanto poupar e como investir, fica mais fácil construir uma reserva financeira para arcar com os altos custos. 

Suponha um casal que tenha aproximados 27 anos de idade. Eles resolvem que terão um filho dentro de 8 anos, ou seja, até completarem 35. E para isso montam um plano financeiro a fim de construir renda extra o suficiente para bancar toda a formação do novo membro da família.

Tomando por referência a renda média de cada classe, é possível recomendar que o casal poupe entre 10% e 19% da renda ao longo desse período, sendo assim, as despesas do rebento serão majoritariamente custeadas pelos investimentos realizados. Isso significa que o casal não sentirá uma redução da qualidade de vida com a chegada de seu filho.


Minimize os Riscos

O planejamento também garante uma bela segurança financeira para eventualidades. Há riscos e custos inesperados no caminho. Como as pessoas estão optando por ter filhos com uma idade mais elevada, é cada vez mais comum a necessidade de consultas ou tratamentos relacionados à fertilidade. Adicionalmente, mesmo que conte com um plano de saúde particular, a equipe médica cobra os procedimentos de parto para além do plano e as despesas precisam ser quitadas antes da data de nascimento do bebê.

A decisão de ter filhos envolve grandes atos de altruísmo. Nesse sentido, repensar o orçamento familiar, a condução da sua carreira profissional e formar uma reserva financeira são passos essenciais para a tranquila realização desse sonho.


* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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