A criação de um empreendimento minerário na Serra do Curral, em Belo Horizonte, tem gerado polêmica e dividido opiniões. Proposta foi aprovada na sexta-feira, pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), e vem sido alvo de críticas por parte da população.
Para esclarecer o tema, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) convocou uma coletiva de imprensa, na manhã desta terça-feira (3).
“A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, entidade que compõem o Copam, entende a mobilização da sociedade em torno do licenciamento ambiental da Taquaril Mineração na Serra do Curral, aprovado em reunião do Copam na última sexta-feira (29).
Entretanto, é necessário explicar, esclarecer e sim, desmentir algumas informações que estão sendo alardeadas erroneamente — por questões que vão além da proteção ambiental”, afirmou a Fiemg, em nota.
No documento, a entidade repudiou o que chamou de “difamações” e “exposição de dados” de membros do Copam que foram favoráveis ao empreendimento.
A Fiemg elencou, ainda, alguns contrapontos ao que vem sido questionado por opositores ao empreendimento, entre eles:
A votação do Copam aconteceu "na calada da noite"
"No dia 29 de abril, às 9h, começou a reunião de licenciamento para o complexo minerário. No total, foram 19 horas de sessão e mais de 100 pessoas tiveram fala, se manifestando contra ou a favor do projeto.
Oito conselheiros votaram a favor do empreendimento. Quatro votaram contra.
Todas as entidades que compõem o Conselho têm autonomia, conhecimento e competência técnica e legal para deliberar".
Empreendimento vai destruir a Serra do Curral
"Não afetará o Pico de Belo Horizonte, nem o perfil da Serra do Curral. Ambas são estruturas protegidas e tombadas. Inclusive o empreendimento teve anuência favorável do IPHAN, órgão responsável pelo tombamento federal da Serra do Curral"
Recursos hídricos serão prejudicados
"A interferência será mínima, sem rebaixamento de lençol freático e sem afetar a vazão das três nascentes localizadas no local do empreendimento. Não haverá impactos no sistema de captação de água do Rio das Velhas, que abastece BH, uma vez que o empreendimento se encontra à jusante do rio"
Será instalada uma Barragem de rejeitos no local
"O projeto não terá barragem de rejeito e o tratamento do minério será 'a seco', diminuindo, além disso, o risco de emissão de particulados (poluição)"
Fauna e flora local serão ameaçadas
"Serão executados programas de manejo de espécies ameaçadas de extinção, que visam a preservação da fauna e flora local"
A Mobilidade será comprometida na região
"Foi firmado um convênio entre o Estado (DER e SEINFRA) com a TAMISA, para construção de uma nova rodovia pública que será utilizada para passagem de caminhões, retirando os veículos das vias urbanas de Nova Lima, Belo Horizonte e Sabará.
A nova ligação viária inclusive irá contribuir para reduzir o trânsito de caminhões de minério na MG-030, que é uma das principais vias de acesso local"