Me chamem de louco, mas precisamos aceitar a nossa ignorância e com isso começarmos a questionar as nossas certezas e aceitar a nossa incapacidade de sabermos de tudo. É quase um ato de liberdade, onde nos orgulhamos das duvidas em um mundo imerso de certezas.
Me chamem de louco, mas sinto saudades das minhas dúvidas, dores e medos em um mundo onde todos se tornaram especialistas de tudo, capazes de julgar a todos.
Como é sofrido conviver com quem sabe de tudo um pouco, professores de Deus que ensinam o que não aprenderam com a experiência daquilo que também não viveram.
Aceitamos assim, qualquer verdade que nos é conveniente, alinhada com a nossa expectativa ideológica e rasa. Nutrimos de superficialidade o nosso Ego e enchemos de vaidade a nossa razão. Estamos sempre prontos para julgar.
Me chamem de louco, mas como eu gosto e valorizo os questionadores que não aceitam qualquer resposta e não se satisfazem com pouco. Os famintos por perguntas que não vomitam certezas frágeis e descartáveis. Neste oceano de dúvidas nos banhamos de humildade e respeito por tudo aquilo que não sabemos.
Como é bonita a pessoa que nos ouve, disposta a aprender e assim quem sabe até, mudar de opinião.
Pode parecer bobo, mas precisamos urgente deixar as pessoas falarem e com isso reaprender a escutar de verdade os outros. Quem sabe descobriremos que somos todos diferentemente iguais. Nem mais, nem menos.