A disseminação de fake news tem destruído carreiras e vidas, muitas vezes sem qualquer consequência para quem espalha boatos. Um caso recente e trágico ilustra bem essa realidade: o de um pediatra com mais de 10 anos de experiência, conhecido por sua dedicação e compromisso com a saúde infantil e pai de família, sem qualquer histórico de problemas éticos ou denúncias. Esse profissional, reconhecido por sua seriedade, foi vítima de acusações infundadas após atender uma nova paciente, uma criança de 3 anos, com sintomas de estomatite.
Durante a consulta, ele realizou um exame completo, como é recomendado, em vez de se limitar a observar apenas a garganta, que era a principal queixa relatada pela mãe. A abordagem cuidadosa e detalhada do pediatra, essencial para um diagnóstico preciso, foi mal interpretada pela mãe, que julgou o exame excessivo. Dias após essa consulta, o pai da criança, um policial civil, invadiu o consultório e agrediu o médico violentamente, causando pânico entre os pacientes e funcionários.
A situação se agravou quando mensagens maliciosas começaram a circular, supostamente publicadas pela irmã do agressor, insinuando que o pediatra teria tocado de forma imprópria na região genital da criança durante o exame. Essa insinuação, sem provas e totalmente infundada, viralizou rapidamente, manchando a imagem de um profissional respeitado, que foi julgado e condenado por pessoas que desconheciam sua trajetória e sua ética.
Além disso, o agressor, que já responde a uma investigação na corregedoria de polícia e junto ao plano de saúde, agora está sob apuração pelo ocorrido. A irmã, responsável pela divulgação das fake news, também está sendo investigada pela Polícia Civil. A esperança é que haja celeridade e justiça, para que a verdade prevaleça e os responsáveis sejam responsabilizados.
Esse caso revela a grave impunidade que ainda existe em nosso país. A liberdade de expressão é um direito essencial, mas deve ser exercida com responsabilidade. É fundamental que, em situações tão evidentes de difamação e violência à reputação, a justiça aja com rapidez e eficiência, aplicando sanções e garantindo indenizações para quem foi vítima de fake news. Profissionais sérios e dedicados não podem ter suas vidas destruídas por acusações sem fundamento e pela falta de consequências para os agressores.
A internet deve ser um espaço de livre expressão, onde todos possam compartilhar opiniões e debater ideias. No entanto, essa liberdade precisa ser acompanhada de responsabilidade, principalmente quando envolve acusações graves e difamação. Casos como o do pediatra mostram a urgência de modernizar nossas leis processuais e tornar o sistema judiciário mais ágil, para que situações de calúnia e difamação não permaneçam impunes.
A responsabilização de quem dissemina fake news deve ser rápida e efetiva, utilizando os instrumentos legais já existentes para punir crimes contra a honra e outros delitos previstos em lei. Assim, protegemos tanto a liberdade de expressão quanto a reputação e a integridade de pessoas inocentes. A justiça precisa acompanhar o ritmo das redes sociais, evitando que vidas e carreiras sejam destruídas pela desinformação. Reforço: nada de censura nem criação de novos crimes, mas celeridade e efetividade na instrução e julgamento de criminosos da internet