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Imagem: Pexels / Divulgação

Piso da enfermagem começa a fazer vítimas

Demissões de profissionais por falta de recursos deixa claro o dilema: de nada adianta um valor no papel, se o mercado não pode pagá-lo


Antônio Claret Jr.

Notícias

Advogado e colunista do programa 98 Talks


Entrou em vigor a “mágica” lei que instituiu um piso de R$4.750,00 para enfermeiros brasileiros. Houve comemoração e grande parte dos brasileiros esperavam aumentos aos enfermeiros, que seriam mais felizes e eficientes nos hospitais e estabelecimentos de saúde. Mas, foi o que aconteceu?

Já nessa semana, o Lar São Vicente anunciou a demissão de 13 profissionais da enfermagem por falta de capacidade para pagar o piso legal.

Um papel não resolve o mercado. Sempre que uma lei definir salário, haverá demissão e substituição por outra categoria de profissional. Já vimos isso com os engenheiros. Ou você só conhece engenheiros que ganham mais de R$8.500,00? As empresas contratam pessoas formadas em engenharia para cargo de “analista”, pagando assim, o valor de mercado. Os agrônomos têm piso de R$7.272,00. Sugiro ver quanto muitos recebem e se estão registrados como “analista”.

Pois bem, mais rápido que o imaginado, o Lar São Vicente demitiu 13 profissionais por não conseguir pagar o salário e contrata cuidadores que, inclusive, podem ser profissionais da enfermagem.

Essa lei não beneficia ninguém, a não ser políticos, que afirmam representar a classe dos enfermeiros.

Existem enfermeiros ganhando muito mais que o piso. Conheço alguns que ganham quase o dobro do piso pela simples atuação do mercado. Já os menos experientes ou não tão bons, também tem seu mercado, mas podem valer menos que R$4.750,00.

Fato é que a melhor forma de saber o salário justo, é deixar o mercado definir. A lição da lei populista e inócua chegou mais cedo do que eu imaginava.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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