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Imagem: Cláudio RAbelo/CMBH

CPI da Covid retira infectologistas e pede indiciamento de Kalil e secretários

Vereadores aprovaram relatório alternativo proposto pela vereadora Flávia Borja (Avante); parecer de Irlan Melo (PSD) que citava membros do comitê de enfrentamento à Covid-19 foi rejeitado


Por Lucas Rage

Os vereadores que integram a CPI da Covid rejeitaram o relatório do vereador Irlan Melo (PSD), que pedia o indiciamento dos médicos Carlos Starling e Estevão Urbano, integrantes do Comitê de Enfrentamento à Covid-19.

A Comissão, entretanto, aprovou o parecer alternativo, de autoria da vereadora Flávia Borja (Avante). Acatado por 4 votos a 3, o texto livra os médicos do comitê de indiciamento, mas inclui o prefeito Alexandre Kalil na lista de indiciados.

Além de Kalil, são citados os secretários André Reis (Planejamento, Orçamento e Gestão), João Fleury (Fazenda), Jackson Machado (Saúde), além do ex-presidente da BHTrans, Célio Bouzada e o ex-diretor da empresa, Daniel Marx Couto.

Consórcios responsáveis pelo transporte público de BH também são citados no documento. 

O que dizem os vereadores

O vereador Juliano Lopes (Agir) explicou a decisão de aprovar o relatório de Borja. “O parecer da vereadora, na nossa opinião da CPI, é mais completo. Primeiro por que o parecer dela não está indiciando os infectologistas”, afirmou. 

O presidente da CPI da Covid compartilhou da opinião de outros parlamentares, de que os médicos do Comitê não deveriam ser incluídos nos indiciamentos. 

“Nós não concordamos [com o indiciamento] já que eles prestaram grandes serviços para a cidade de Belo Horizonte, de forma voluntária”, completou.

A vereadora Fernanda Borja (Avante), autora do relatório substitutivo aprovado, explicou o motivo para a apresentação do documento. “Tivemos divergências pequenas, mas substanciais, que culminaram no indiciamento de várias pessoas — dentre elas o nosso prefeito Alexandre Kalil.

O objetivo da CPI foi a proteção do dinheiro público. Foi um absurdo o trato que se deu ao dinheiro público com tanto descaso. O dinheiro precisa ter regras claras, precisa seguir um caminho muito rígido. De transferência, regras contratuais, legais e essas regras não podem ser respeitadas”, afirmou.

O vereador Bruno Miranda (PDT) lamentou a aprovação do relatório pela CPI da Covid. “Vejo com muita preocupação um relatório que foi aprovado pela oposição de forma atabalhoada, sem tempo pra que ninguém pudesse ter acesso ao conteúdo integral [do documento]”, afirmou o parlamentar.

“Tentamos um acordo pra ganhar vinte e quatro horas e nós termos todos mas um dia para leitura do de toda a documentação, infelizmente a oposição achou melhor atropelar e aprovar o relatório que indiciou boa parte do comitê que foi criado para cuidar da cidade na capital, e que foi reconhecido como modelo de gestão no combate à pandemia inclusive por [entidades] internacionais”, completou.

O que diz o prefeito

Por meio de nota, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) criticou o novo pedido de indiciamento. "Chegaram à beira do ridículo. E de mais a mais, eu tenho que cuidar da cidade", disse.

O relatório agora segue para avaliação do Ministério Público de Minas Gerais. 

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