O programa 98 Talks recebeu na noite desta quarta-feira (04) Danielle Cunha, coautora do livro "Tchau Querida: o Diário do Impeachment", de autoria do pai dela, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. A publicação traz os bastidores do Impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, o cabo de guerra entre Lula, que queria manter o PT no poder e Michel Temer, que ficaria com o posto de Dilma. O livro também expõe as conversas de Cunha com o ex-presidente e com o então vice de Dilma.
Aécio não queria o impeachment
No programa, a analista política explicou os bastidores dos dias que antecederam o impeachment da ex-presidente Dilma, inclusive sobre a posição do ex juiz Sérgio Moro. “Moro sempre teve um claro interesse político nessa história”, revelou Danielle. A coautora também citou o então tucano Aécio Neves, opositor de Dilma nas urnas. “O Aécio não queria desde o início o impeachment da chapa (Dilma + Temer)”, disse.
'Falta caráter' em Rodrigo Maia
Ao citar as figuras importantes para o processo que culminou no impedimento de Dilma Rousseff, Danielle lembrou de Rodrigo Maia. A analista disse que ele é um dos players ativos da época do impeachment e que hoje renegam suas próprias biografias. “Maia foi uma pessoa que fazia a interlocução da oposição, ele lutou muito pelo impeachment até o momento em que ele colocou a vaidade pessoal dele acima de qualquer coisa, quando ele queria ser a todo custo o presidente da comissão do impeachment, mas o que eu achei mais curioso foi nesse momento político recente, ele deu uma entrevista para a Veja dizendo que o impeachment foi uma motivação pessoal do Eduardo Cunha, só que ele foi uma pessoa que viveu a biografia política dele com base nisso, é um mérito que ninguém tira dele, ele foi uma figura importante para o impeachment, então me entristece ele negar a própria biografia e também faltou um pouco de caráter”, destacou.
Eduardo Cunha e o livro
A versão de Eduardo Cunha sobre o processo de impeachment foi a correta, segundo Dani Cunha, pelo fato de que (quase) ninguém tenha questionado o livro. "Para não dizer que não recebemos nenhuma notificação, recebemos uma, do advogado do Lula, que estava correto, no momento em que o livro foi escrito, o processo dele estava num status x, o livri foi publicado e o processo avançou, então fizemos uma correção na edição seguinte saiu.... então o livro não tem papas na língua... é uma junção dos eventos sob a ótima e a visão de quem participou de fato de todas as etapas."