Todo o período eleitoral é marcado por pesquisas de intenção de voto da população e, em 2024, não foi diferente. Durante toda a campanha, as mais diversas pesquisas apontavam o possível cenário das eleições em Belo Horizonte. No final do domingo, o resultado colocou Bruno Engler (PL) e Fuad Nomam (PSD) no segundo turno da capital mineira.
Imagem: Reprodução / TSE
No entanto, em meio a tantas pesquisas, qual delas acertou mais em BH? E qual foi a que teve mais erros?
A pesquisa que mais acertou
A última pesquisa divulgada pelo Quaest foi a que passou mais perto do resultado final do primeiro turno das eleições municipais na capital mineira. O instituto acertou a colocação de todos os candidatos no resultado final das eleições. De maneira geral, errou em algumas porcentagem e, em outras, acertou dentro da margem de erro.
A pesquisa apontava para uma liderança de Bruno Engler (PL) com 30%, seguido por Fuad Nomam (PSD), com 25%. A terceira colocação ficava com Mauro Tramonte (Republicanos), com 20%, seguido por Gabriel Azevedo (MDB) na quarta colocação, com 8%. A margem de erro da pesquisa era de dois pontos percentuais para mais ou para menos e a pesquisa foi registrada sob o número MG-02172/2024.
Veja, abaixo, o cenário previsto pela última pesquisa do Quaest
Bruno Engler - 30%
Fuad Noman - 25%
Mauro Tramonte - 20%
Gabriel - 8%
Duda Salabert - 8%
Rogério Correia - 7%
Carlos Viana - 2%
Após a Pesquisa Quaest, a pesquisa que mais passou perto do acerto do resultado final foi a Datafolha. No entanto, o levantamento acertou apenas os três primeiros colocados e com divergência nas porcentagens. O instituto colocou Engler, Fuad e Tramonte nas três primeiras posições, mas com empate técnico.
No último levantamento, o candidato do PL liderava com 26%, o atual prefeito de Belo Horizonte era o segundo com 25% e Tramonte aparecia na terceira colocação, com 23% das intenções de voto. A margem de erro era de dois pontos percentuais para mais ou para menos e a pesquisa foi registrada sob o número MG-05500/2024.
Além disso, o Datafolha colocou Duda Salabert na quarta colocação, com 10% dos votos, e Gabriel Azevedo, com 8%, ficou em quinto. Veja o resultado da pesquisa Datafolha:
Bruno Engler – 26%
Fuad Noman – 25%
Mauro Tramonte – 23%
Duda Salabert – 10%
Gabriel – 8%
Rogério Correia – 5%
Carlos Viana – 2%
A pesquisa que mais errou
Do outro lado da moeda, as pesquisas que mais passaram longe de acertar o cenário político do primeiro turno na capital mineira foram a Doxa (Registro: MG-05500/2024), RealTime BigData (Registro MG 07500/ 2024) e Atlas/Intel (Registro: MG-07676/2024).
A Pesquisa Doxa, em seu último levantamento, apontava para uma liderança de Mauro Tramonte, com 22,9% dos votos, enquanto Bruno Engler (21,8%) e Fuad Nomam (21%) apareciam, respectivamente, em segundo e terceiro. Além de errar a disposição das três primeiras colocações, o levantamento também errou as colocações seguintes.
Isso porque, a pesquisa apontava para Duda Salabert na quarta colocação, com 8,3%, Rogério Correia na quinta, com 5,1% e Gabriel Azevedo na sexta, com 4,3%. A margem de erro era de 2,67% para mais ou para menos. Veja, abaixo, os números da última pesquisa:
Mauro Tramonte - 22,9%
Bruno Engler - 21,8%
Fuad Noman - 21%
Duda Salabert - 8,3%
Rogério Correia - 5,1%
Gabriel Azevedo - 4,3%
Carlos Viana - 2,7%
Assim como a Pesquisa Doxa, a RealTime BigData colocava Mauro Tramonte na primeira colocação, com 23%, empatado percentualmente com Bruno Engler. A diferença nas colocações para a pesquisa anterior está na posição de Gabriel Azevedo, que nesta apareceu na quinta colocação, à frente de Rogério Correia e atrás de Duda Salabert. A margem de erro era de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Veja os números:
Mauro Tramonte - 23%
Bruno Engler - 23%
Fuad Noman - 19%
Duda Salabert - 9%
Gabriel Azevedo - 7%
Rogério Correia - 7%
Carlos Viana - 2%
Por fim, a Atlas/Inter acertou a primeira colocação de Bruno Engler, apesar de errar a porcentagem. No entanto, errou na segunda posição, apontando para uma vice-liderança de Gabriel Azevedo com 18,3% dos votos, empatado tecnicamente com Fuad Nomam, 18,2%. A margem de erro era de 2%. Veja:
Bruno Engler: 28,2%
Gabriel Azevedo: 18,3%
Fuad Noman: 18,2%
Mauro Tramonte: 12,8%
Duda Salabert: 11,7%
Rogério Correia: 8,3%
Carlos Viana: 0,5%
Por que há tanta diferença nas pesquisas? Especialista explica
Diante de diversos cenários, o eleitor pode se perguntar qual o motivo para que haja tanta divergência entre pesquisas que, inicialmente, deveriam apresentar variações percentuais positivas. Para Jorge Alexandre Neves, professor titular da UFMG, especialista em pesquisa e ciência de dados, o motivo está na metodologia da pesquisa.
Segundo Jorge Alexandre, a pesquisa realizada pela Quaest, que teve o melhor desempenho, é domiciliar. Nesse sentido, o especialista acredita que tais pesquisas, além de serem mais caras que as demais, possuem um rigor metodológico maior e, por isso, a assertividade tende a ser melhor.
Segundo o especialista, o Datafolha, que ficou atrás da Quaest, tem uma metodologia de pesquisa em ponto de fluxo, que são as pesquisas realizadas na rua. O rigor, neste caso, é um pouco menor, mas ainda assim potencialmente maior do que o rigor das demais pesquisas, como a Atlas/Intel, que são realizadas em painel digital, realizada pela internet.
"A Quaest faz a pesquisa domiciliar, o Datafolha faz em ponto de fluxo, mas também é presencial, e a Atlas/Intel faz painel digital, pesquisa pela internet. Eu acredito que o rigor metodológico é maior quando é domiciliar e próximo quando é em ponto de fluxo, mas menor quando a pesquisa é feita da maneira como a Atlas/Intel faz", afirmou.