O cabo da PM de Minas e suposto representante de vendas de vacinas, Luiz Paulo Dominghetti, alegava, em mensagens enviadas a um coronel da corporação, ter o prefeito Alexandre Kalil (PSD) como "padrinho". A assessoria da Prefeitura de Belo Horizonte e o prefeito negam categoricamente que exista, ou já tenha existido, qualquer relação entre Dominghetti e Kalil, e que o policial nunca conversou ou sequer esteve perto da prefeitura.
Na conversa com o coronel da PM, Dominghetti envia a imagem de uma matéria jornalística abordando uma pesquisa eleitoral. Na foto, estão Kalil e Zema. O suposto vendedor de vacinas escreve: "o padrinho tá chegando com força!". O coronel pergunta, "qual é o seu padrinho? O da esquerda (Kalil)?", e Dominghetti responde. "Um grande padrinho. Esquerda. Me chamou para voltar, preferi esperar. Digamos que a proximidade é tal que se iguala a de batismo. Um grande amigo, comandante. Gosta muito da PM".
Segundo a prefeitura, a única verdade nas mensagens de Dominghetti é que "Kalil de fato gosta muito e respeita a PM".
A coluna teve acesso ao conteúdo das mensagens no celular de Luiz Paulo Dominghetti. Na semana retrasada, a CPI do Senado recolheu o telefone do representante de vendas.
Dominghetti, como já se sabe, dizia conhecer pessoas e ter acesso a governantes em conversas diversas - sem comprovar qualquer uma dessas ligações. O policial não cita o nome de Kalil ou tem interações com membros da Prefeitura de BH em nenhuma outra mensagem no conteúdo de seu celular.
Em conversas com outros interlocutores, Dominghetti dizia ter conseguindo um passaporte diplomático da ONU - fato, claro, que não é verdade.