Durante oitiva do empresário Robson Lessa, proprietário e sócio de empresas de ônibus com contratos em Belo Horizonte, os vereadores da CPI da BHTrans, na Câmara de BH, levantaram suspeitas sobre uma possível formação de cartel e fraude à licitação no contrato firmado entre a prefeitura e empresas de ônibus em 2008.
Segundo os parlamentares, os seis consórcios que participaram do processo licitatório de 2008 registraram suas propostas em cartório praticamente ao mesmo tempo, em um intervalo de três minutos. Todos os documentos foram registrados na mesma unidade cartorial com a assinatura de uma mesma pessoa, "Renata", supostamente identificada pelos vereadores como a engenheira Renata Barra, filha do engenheiro André Barra, proprietário da empresa TecnoTran.
"O que parece é que, desde 2008, a cidade está sendo lesada por um grupo de empresários que se reuniu para fraudar uma licitação e formar um cartel", afirmou o presidente da CPI, Gabriel Azevedo (sem partido).
Questionado sobre a possibilidade do cartel, o empresário Robson Lessa negou qualquer irregularidade no processo e disse não saber explicar as coincidências no registro das propostas. "Não tenho acesso a essas informações sobre isso, não sei como funciona o atendimento cartorial".
Outro ponto levantado é o fato da mesma empresa de consultoria, a TecnoTran, ter atuado como assessoria técnica para a criação de todas as propostas dos consórcios concorrentes. Os vereadores também questionaram a coincidência de nomes nas composições societárias de empresas que participaram da licitação.