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Imagem: Nobelprize.org / Reprodução

Descoberta do microRNA rende Nobel de Medicina a dupla de cientistas norte-americanos

Victor Ambros e Gary Ruvkun foram laureados na última segunda-feira (7) por avanço no campo da genética


Vitor Viterbo

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Doutor em Química pela UFMG; Mestre em Modelagem Matemática e Computacional pelo CEFET-MG, tendo realizado trabalhos em IA no Brasil e Estados Unidos. Atualmente dedica seu tempo ao desenvolvimento de novas tecnologias baseadas em inteligência artificial, computação quântica, eletrônica e áreas afins.


Uma molécula, do tipo microRNA, pertence a uma classe de moléculas curtas de ácido ribonucleico (ARN, em português: ácido ribonucleico, ou RNA, em inglês: ribonucleic acid), base do código dos seres vivos conhecidos. O microRNA é uma molécula não codificante, ou seja, não é transcrita em proteínas como acontece com o RNA. Toda essa informação genética está armazenada nos nossos cromossomos e pode ser interpretada como o manual de instruções de todas a células do corpo.

O cromossomo, uma estrutura composta por uma molécula longa em dupla hélice, conhecida como DNA (ADN, em português: ácido desoxirribonucleico, ou DNA, em inglês: deoxyribonucleic acid), apresenta-se em conjuntos idênticos para todas as células do organismo.

Como todas as células possuem o mesmo manual de instruções (DNA), entender como elas se diferenciam, para cada tecido do corpo, foi o grande mérito dos agraciados com o Prêmio deste ano e um gigantesco passo para a complexa descrição de nossas células.

A descoberta de Victor Ambros e Gary Ruvkun revela como o microRNA atua na regulação genética dos organismos multicelulares, como os humanos. Victor Ambros é americano, biólogo e professor na University of Massachusetts Medical School (Escola de Medicina da Universidade de Massachussets). Gary Ruvkun, também biólogo e americano, trabalha no Hospital Geral de Massachussets e como professor de genética na Harvard Medical School (Escola de Medicina de Harvard).

Ambros e Ruvkun tinham um interesse em comum, entender como as células diferentes se desenvolvem, então eles descobriram uma nova classe de moléculas que têm uma função fundamental na regulação genética, o microRNA. Essa descoberta é a chave para o entendimento de como a atividade genética, dentro de uma célula, em um tecido humano, é continuamente adaptada às mudanças corporais e do ambiente em que se encontram. Doenças como o câncer, diabetes e até a autoimunidade, podem ser oriundas de falhas na regulação genética.

Em trabalhos complementares, Ambros descobriu que o gene lin-14 carregava o código de um pequeno RNA (microRNA), que não carregava a informação para a síntese de uma proteína e Gary clonou o gene lin-14. Os dois concluíram que a sequência lin14-microRNA encaixava-se como uma sequência exata do mRNA (RNA mensageiro proveniente do DNA da célula). Após uma complexa sequência de experimentos de vários grupos de pesquisas, o mecanismo de como os microRNAs são produzidos e entregues a alvos específicos no mRNA regulado, foi elucidado.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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