O maior hospital do SUS no Estado, localizado em Belo Horizonte, vai ganhar nova restauração completa da fachada. A Santa Casa de BH terá seu projeto arquitetônico original resgatado, após mais de 30 anos da sua última reforma.
O edifício, assinado pelo arquiteto italiano Raffaello Berti, na década de 1940, é tombado pela Prefeitura da capital como prédio histórico.
O processo de requalificação inclui todos os reparos estruturais, como a recuperação de ferragens expostas, esquadrias e outras partes que foram desgastadas pela ação do tempo e impactam a fachada. De acordo com o projeto arquitetônico, a forma original das esquadrias será recuperada e as instalações elétricas de água e esgoto serão embutidas.
A primeira parte da reforma, que já foi iniciada, contará com investimento de R$ 9 milhões, captados via Lei Rouanet, para a restauração das fachadas laterais e da frente. A previsão é que essa fase dure cerca de 10 meses. A segunda parte da obra vai incluir o bloco B e a parte dos fundos, e está prevista para ser executada em 2025.
Azul da fachada dará lugar ao pérola
Segundo o provedor da Santa Casa de BH, Roberto Otto Augusto de Lima, para seguir a variação de tons proposta no projeto original, o conhecido azul da fachada dará lugar à cor “pérola de quartzo”, nome inspirado no mineral abundante em Minas Gerais, que remete a um tom perolado, suave e luminoso.
Na base do prédio, entrará a cor chamada de “calcário cristalino”, um tom um pouco mais escuro, que faz referência a um mineral claro, com tonalidade terrosa, comum em formações rochosas do estado.
Já nos frisos que sobressaem da fachada, será aplicado o tom “branco do vale”, inspirado na argila branca encontrada no Vale do Jequitinhonha. A fachada receberá, ainda, uma iluminação adequada, que vai destacar a imponência da edificação.
"A paleta foi pensada para valorizar as características do prédio. As cores são um recurso para potencializar a elegância do edifício, que é um dos símbolos de BH, e um marco do art déco, que estava em voga na capital nas décadas de 1930 e 1940”, explica.
De acordo com Lima, o prédio pode ser considerado um cartão de visitas da cidade. "A restauração vai muito além da questão estética, comunicando de forma mais clara o nível de excelência dos serviços prestados pelo maior hospital 100% SUS de Minas. Somos pioneiros em diversas áreas e contamos com um moderno parque tecnológico, tudo isso para oferecer saúde de ponta. Logo, o prédio precisa ser condizente com essa grandeza”, acrescenta.
Roberto Otto Lima lembra ainda que a restauração faz parte das comemorações dos 125 anos da Santa Casa BH, completados em maio deste ano.