O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central pisou no acelerador nesta quarta-feira (11/12), e aumentou a taxa básica de juros da economia (Selic) de 11,25% para 12,25% ao ano.
O BC já sinalizou novos aumentos de 1 ponto nas próximas duas semanas e, se as projeções se concretizarem, a Selic deve chegar ao patamar superior à máxima observada no governo Bolsonaro, quando bateu 13,75% ao ano.
Desde a última reunião, quando Selic subiu de 10,75% para 11,25% ao ano, todas as variáveis usadas pelo BC para conduzir os juros pioraram.
Em comunicado, o Copom afirmou que a evolução do cenário econômico demanda uma política monetária "ainda mais contracionista", e apontou que tem acompanhado com atenção "como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros".
Impacto do pacote fiscal
A disparada do dólar para o patamar de R$ 6, após a frustração do mercado com o pacote de corte de gastos do governo Lula, é o principal retrato da deterioração do cenário.
Essa piora já incorpora uma trajetória muito mais alta para a Selic no relatório Focus, do BC, já que a projeção de juros ao final do ciclo de alta subiu de 12,5% para 13,75% nos últimos 45 dias.
Era Galípolo
A reunião desta quarta-feira foi a última de Roberto Campos Neto no comando do Banco Central. Indicado por Jair Bolsonaro, o atual presidente da autoridade monetária foi alvo de críticas de integrantes do governo pelo patamar da Selic.
Escolhido pelo presidente Lula para comandar o BC, Gabriel Galípolo assume a presidência do banco em janeiro de 2025, e terá mandato até o final de 2028.
Galípolo corre o risco de ter de elevar a Selic para um patamar superior ao que foi praticado no auge do mandato de Campos Neto, no qual a Selic chegou a 13,75%.
Com a piora dos ativos brasileiros nas últimas semanas, a leitura dos economistas é de que o cenário ficou bem mais delicado desde o encontro do Copom de novembro. Agora, na avaliação deles, o país terá de passar por um processo ainda mais duro e longo de alta da taxa básica de juros.
*Com informações do Agência Estadão