Vítimas da tragédia de Mariana pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) que convoque nova audiência de conciliação para indenizar os afetados pelo consumo de água "envenenada" com superdosagens proibidas de TANFLOC, um produto usado para tratamento de água.
As associações de defesa do consumidor pedem também uma investigação pela Polícia Federal de suposta violação de sigilo e "vazamento" de informações.
O pedido foi feito após a assinatura de acordo pelo governo e empresas, que prevê o pagamento de R$ 167 bilhões pelas mineradoras Vale, BHP e Samarco para reparar danos decorrentes do rompimento da barragem do Fundão, em 2015.
Apesar da assinatura, ainda falta a homologação por parte do Supremo. O processo estava no Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6), mas foi transferido à Corte pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, a pedido das partes envolvidas.
A Associação Nacional de Defesa do Consumidor e a Associação Nacional dos Consumidores de Água e Vítimas do Uso do Tanfloc no Tratamento da Água da Bacia do Rio Doce, autoras da petição enviada a Barroso, argumentam que as empresas tentaram "induzir o Supremo em erro" ao incluir no acordo uma ação que tramita em segredo de justiça e busca indenizar as pessoas que sofreram danos por consumir a água contaminada.