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Imagem: Divulgação / Prefeitura de Brumadinho

Tragédia de Brumadinho: laudo aponta contaminação da calha do Rio Paraopeba

Análise aponta contaminação por metais pesados no leito do rio, após rompimento da barragem B1 da Vale, em 2019; estudo foi encaminhado ao Ministério Público


Por Lucas Rage

Além de ceifar 272 vidas, o rompimento da Barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, prejudicou a calha do Rio Paraopeba

É o que aponta laudo técnico realizado em conjunto pelos municípios de Brumadinho, Mário Campos, São Joaquim de Bicas e Juatuba e divulgado nesta segunda-feira (21),

Segundo o estudo, foram analisadas amostras da água e da lama do Rio Paraopeba, coletadas após as enchentes de janeiro de 2022. Foi constatado aumento de elementos químicos nos oito pontos pesquisados, e sua correlação com o rompimento da barragem B1 da Vale, ocorrido em 2019.

De acordo com o relatório, a presença de ferro na água e na lama do Paraopeba chega a ser quase 4 vezes maior na área situada abaixo de onde os rejeitos da mina Córrego do Feijão atingiram o leito do rio. O manganês também apresentou índices acima do que a legislação permite. No caso do alumínio, a concentração passou de 3% à montante do rompimento da barragem para 27,8% em alguns pontos abaixo da área atingida. 

A presença da alta concentração dos elementos químicos analisados pode ainda justificar o resultado de um estudo feito pelo ministério da Saúde em Brumadinho. Em 2021, cerca de 4 mil pessoas participaram de uma pesquisa realizada pela Fiocruz que apontou a exposição de parte da população à certos metais pesados.

“Isso se dá devido a alteração na calha do rio Paraopeba que resultou na inundação e consequente contaminação pelos materiais indicados, que tudo indica ter como origem o rejeito proveniente ao rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão - B-I”, conclui o estudo, que recomenda análises adicionais por parte das prefeituras.

Segundo a Prefeitura de Brumadinho, o estudo já foi encaminhado ao Ministério Público de Minas Gerais.

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