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Faturamento da mineração aumenta 25% no 1º trimestre, segundo levantamento do IBRAM


Ênio Fonseca

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Engenheiro Florestal especialista em gestao socioambiental, gestor de sustentabilidade na AMF. CEO da Pack of Wolves Assessoria Socioambiental, Conselheiro do FMASE. Foi Superintendente do Ibama, Conselheiro do Copam e Superintendente de Gestão Ambiental da Cemig. Membro do IBRADES e da ALAGRO


O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), divulgou na primeira semana de maio, os resultados econômicos do setor de mineração brasileiro, que movimentou R$ 68 bilhões, 25% superior ao do 1º trimestre de 2023.  As exportações aumentam e o saldo da balança comercial de minérios equivale a 47% do saldo comercial brasileiro.

De acordo com os dados do Instituto, depois de 2023 registrar pequena queda no faturamento, em relação ao ano anterior, o 1º trimestre de 2024 trouxe resultados mais positivos à indústria da mineração. Em comparação àquele semestre , o faturamento cresceu 25%, passando de R$ 54,6 bilhões para R$ 68 bilhões, com o minério de ferro respondendo por 64,2% do total (R$ 43,9 bilhões). As exportações de minérios cresceram 18,3% em dólar e 11,3% em toneladas e as importações declinaram 31% em dólar. O recolhimento de tributos e encargos sobre minérios cresceu cerca de 24% (R$ 23,3 bilhões).

E em termos de empregos a indústria da mineração fechou março com mais de 214 mil empregos diretos, com a criação de quase 4 mil novas vagas de novembro de 2023 a março deste ano.

Os dados foram apurados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e divulgados pelo diretor-presidente, Raul Jungmann.

De acordo com  ele ,“Apesar dos muitos obstáculos à competitividade, à previsibilidade, à segurança jurídica, a indústria da mineração responde com resultados cada vez mais surpreendentes. São dados que se transformam em benefícios socioeconômicos para os brasileiros". Um exemplo de reflexo positivo da mineração para o Brasil é o saldo da balança comercial de minérios (diferença entre exportações e importações) no primeiro trimestre deste ano, que foi de US$ 8,9 bilhões, 41% a mais do que no trimestre equivalente de 23 (US$ 6,32 bilhões). Isso significa que o saldo mineral equivale a 47% do saldo comercial brasileiro no primeiro semestre do ano. Ainda de acordo com Raul Jungman, “Foi o setor que mais contribuiu para o saldo da balança comercial brasileira ter se situado em US$ 19,08 bilhões no primeiro trimestre do ano”.

O Presidente do IBRAM no evento de apresentação dos resultados do setor, manifestou preocupação de que Projetos de Lei pró-garimpo possam prosperar no Parlamento, justamente em um ano eleitoral nos municípios, afirmando: “que ( eles) serão grandes prejudicados pelo potencial destrutivo, a partir do momento em que se criam facilidades para a implantação de garimpos, sem que o poder público tenha mínimas condições de exercer fiscalização e controle absolutos”. Para ele, se forem aprovados como estão, os projetos podem dar origem a várias ‘Serras Peladas’ pelo país – uma alusão ao megagarimpo que foi implantado na Amazônia, repleto de histórias trágicas e gerador de um enorme passivo ambiental, preocupação compartilhada também pela Associação dos Mineradores de Ferro do Brasil-AMF.

O levantamento do IBRAM mostrou que Minas Gerais faturou no primeiro semestre (R$ 28,2 bilhões), seguido pelo Pará (R$ 25,1 bilhões), São Paulo (R$ 2,5 bilhões) e Goiás (R$ 2 bilhões) , sendo que todos tiveram alta no faturamento com minérios (29%, 34%, 22% e 1%, respectivamente).  Assim, MG respondeu por 42% do faturamento nacional; PA 37%; BA e SP por 4% cada. Cobre foi responsável por 7% do faturamento; ouro por 6,8%; e granito por 2,6%.

No comércio exterior, a diferença entre exportações e importações de minérios foi bem positiva. As exportações cresceram 18,3%, passando de US$ 9,21 bilhões para US$ 10,9 bilhões. Foram exportadas 87,5 milhões de toneladas de minérios (+11,3%). As importações recuaram de US$ 2,88 bilhões para US$ 1,99 bilhão.

Em relação às exportações, houve aumento de 30,6% para as do minério de ferro (de US$ 6,2 bilhões para US$ 8,1 bilhões no 1T24). Em toneladas o aumento foi de 11,9%, passando de 75,2 milhões de toneladas para 84,1 milhões de toneladas). Este minério respondeu por 74,4% das exportações de minérios no 1T24; o ouro por 7,4%; o cobre por 6,9%. As vendas externas de ouro apresentaram forte queda, de 15% em dólar e de 26,5% em toneladas. As exportações de bauxita aumentaram 40,4% em dólar (+22,5% em ton.); as do caulim cresceram 50,8% em dólar (+57,1% em ton.); e as do cobre, 4% em dólar (+9% em ton.). Houve queda para o manganês de 77,4% em dólar (-86,3% em ton.).

Sobre o royalty do setor, a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), o IBRAM aformou que o recolhimento passou de R$ 1,5 bilhão para R$ 1,9 bilhão na comparação entre os primeiros trimestres de 23 para 24.

 

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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