Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestou novo depoimento ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A delação inicial de Cid foi mantida por Moraes, que afirmou terem sido esclarecidas as omissões apontadas pela Polícia Federal na última terça-feira (19).
O tenente-coronel depôs durante três horas, com início às 14h desta quinta-feira (21). Ele foi indiciado no inquérito que investiga um plano, cujo objetivo era assassinar, ao final de 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice, Geral Alckmin, e o próprio ministro, à época à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e aplicar um golpe de Estado.
Mauro Cid também trouxe, em seu depoimento, novos elementos sobre o General Braga Netto, que nas últimas eleições presidenciais, foi candidato à vice de Bolsonaro. Os três estão na lista de indiciados por tentativa de golpe de Estado.
Operação Contragolpe
A Polícia Federal prendeu na terça-feira quatro militares e um policial na Operação Contragolpe, que identificou um planejamento detalhado chamado "Punhal Verde e Amarelo". O plano seria executado em 15 de dezembro de 2022, com o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). O plano também incluía a execução do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que era monitorado continuamente, caso fosse confirmado o golpe.
As investigações apontam que o ex-ministro da Defesa, General Walter Braga Netto, foi o anfitrião de um encontro que culminou no plano de ação dos "kids pretos", grupo que seria responsável por prender e executar Moraes.