Embora alguns considerem como certa a benção de Lula à composição da chapa PSOL/PT, leia-se Bella Gonçalves e Rogério Correa, para a disputa das eleições municipais em outubro, tal apadrinhamento pode não ser tão fácil como parece.
Prova disso foi a manifestação da deputada Bella Gonçalves com relação aos caminhos que o diretório municipal do PT pode trilhar, em direção ao apoio a reeleição de Fuad.
No mesmo campo ideológico a deputada federal Duda Salabert, pré-candidata pelo PDT, se mostra surpresa com o anúncio da aliança, tornando mais evidente a fissura dos partidos mais a esquerda.
O acordo entre o presidente Lula e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, além do incansável trabalho do senador Rodrigo Pacheco e do Ministro Alexandre Silveira para apoio dos petistas à candidatura de Fuad Noman é ingrediente que confere dúvida ao casamento PSOL/PT.
Fontes ouvidas por essa coluna dão conta de que Kassab não recebeu bem a notícia e já mandou recado ao PT, entenda-se Lula, e que integrantes do diretório regional do Partido dos Trabalhadores que agiram nos bastidores para a costura do apoio do Presidente Lula à reeleição de Fuad também já deixaram claro ao comando petista seu descontentamento com o anúncio da aliança Bella/Correa.
Fuad, em recente entrevista à Rede 98 disse ter como certo o apoio de Lula ao seu projeto de gestão para BH.
Outro assunto abordado por Fuad foi o apoio de Kalil à sua candidatura. Para ele o ex-prefeito ainda não se definiu, mas que se isso acontecer será um reforço importante para sua campanha.
Se Lula e Kalil se juntarem a Fuad a possibilidade de reeleição será bem significativa.
Se o mote da aliança entre o PSOL e o PT foi o da união para impor uma derrota aos partidos de direita o tiro pode sair pela culatra. A pulverização dos votos dos indecisos, dos eleitores de centro e da centro esquerda e a busca pelos eleitores fora dos nichos ideológicos podem dar a candidatos como Bruno Engler e Mauro Tramonte uma vida mais fácil na campanha.
Para completar e ampliando a lupa das análises, observe-se a dificuldade dos candidatos de outros campos ideológicos no quesito pulverização. Tramonte e Engler terão que buscar eleitores em espectros comuns como os mais velhos, os de menor poder aquisitivo e os evangélicos o que pode sugerir uma “canibalização” de votos.
Se o eleitor esperava uma vida dura na escolha do seu candidato para as próximas eleições municipais, melhor é ir se preparando para decisões mais difíceis ainda.