O Facebook e o Instagram retiraram do ar a Live transmitida, na última quinta-feira (21), pelo presidente Jair Bolsonaro.
Na transmissão removida das plataformas de Mark Zuckerberg, Bolsonaro associava a produção de vacinas contra a Covid-19 à transmissão do vírus da Aids. Esta é a primeira live de Bolsonaro a ser excluída das redes sociais.
Segundo a companhia, a exclusão acontece por desrespeito às políticas da empresa em relação à vacina da Covid-19. "Nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas de Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas", afirmou o Facebook, por meio de comunicado.
Entenda o caso
Durante sua Live semanal, Jair Bolsonaro citou matérias que citavam relatórios do Reino Unido que afirmavam haver um aumento de susceptibilidade ao vírus da Aids, em pessoas vacinadas contra a Covid-19. O estudo, entretanto, não foi realizado pelo país britânico.
Há, entretanto, um estudo publicado em outubro de 2020 pela revista científica The Lancet, que relaciona a produção de vacinas à transmissão do vírus da Aids.
De autoria do pesquisador Lawrence Corey, do Centro de Pesquisas do Câncer Fred Hutchinson (EUA), o estudo aponta que a infecção por HIV pode ser facilitada caso o paciente tenha recebido dose de imunizantes contendo o adenovírus do tipo Ad5.
O trabalho é embasado na análise da produção de vacinas contra o HIV, em 2007. À época, o estudo foi interrompido por apresentar mais riscos que benefícios aos envolvidos. Entretanto, o alerta foi retomado pois algumas vacinas contra a Covid-19 utilizam tecnologia semelhante, aplicação do Adenovírus do tipo Ad5.
Entre as vacinas que utilizam o Ad5 em sua composição está a Sputnik V — descartada pelo governo brasileiro. As vacinas Coronavac, AstraZeneca e Johnson não utilizam o Ad5 em sua composição.