A desapropriação das famílias por conta da construção da Linha 2 tem gerado impasse entre moradores da capital mineira e a Metrô BH. No total, as obras entre o bairro Nova Suíça e a região do Barreiro vão desapropriar 343 famílias em Belo Horizonte, que ainda reclamam da falta de transparência do governo estadual.

Poliane Cristina Furtado, que mora no bairro Vista Alegre e é uma das representantes dos moradores que terão suas casas desapropriadas, afirma que as famílias estão totalmente desamparadas.

"Em nenhum momento o governo entrou em contato com as famílias, embora a gente tenha buscado a solução, tentamos conversa, tentamos diálogo, e nada é feito. Estamos totalmente desamparados pelo Governo e pela Prefeitura", afirma Poliane.

Em audiência pública na última terça-feira (17), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a Metrô BH informou que cerca de 343 famílias de Belo Horizonte serão desapropriadas com as obras da Linha 2. No entanto, a empresa ainda não informou se as famílias serão levadas para imóveis custeados pela concessionária ou receberão indenizações.

"Estamos reivindicando apenas que a empresa nos dê uma posição para que possamos apenas seguir nossas vidas, porquê do jeito que está, não dá mais", concluiu Poliane.

Além disso, ainda não há um número concreto de quanto cada família receberá pelas casas construídas às margens da linha do metrô. Durante a audiência, deputados afirmaram que a concessionária apresentou no plano de remoção que vai reservar R$ 28,7 milhões para ser gasto com as indenizações.

No entanto, para a deputada Bella Gonçalves (PSOL), o valor individual seria muito baixo, já que dividindo o valor total pelas 343 famílias daria aproximadamente R$ 86 mil, o que seria insuficiente para adquirir moradias na mesma região.

O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais (Seinfra), informou que as desapropriações da linha 2 são uma obrigação contratual a cargo da concessionária Metrô BH. Apesar disso, a Seinfra destaca que está comprometida em garantir que as desapropriações sejam feitas de forma transparente, e que as indenizações oferecidas sejam justas e adequadas.

Em nota, a Metrô BH evitou falar de preços e afirmou que ainda não está na fase da desocupação das casas, mas que já realizou o mapeamento da área, selagem das casas e um estudo do perfil socioeconômico das famílias. Além disso, a concessionária destacou que mantém reuniões periódicas com os moradores para repassar as informações sobre o processo.