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Imagem: Arquivo pessoal

Surfista do Rio Doce pratica o esporte há quase 40 anos e é bicampeão mineiro

Paulo Guido Coelho Júnior exaltou a prática, que requer várias precauções


Por Larissa Reis

Um vídeo que mostra um homem surfando em pleno Rio Doce, no município de Governador Valadares, chamou a atenção das redes sociais nesta semana. A cena, apesar de inusitada, não é incomum na região.

Paulo Guido Coelho Júnior, o homem que aparece nas imagens, tem 53 anos e passou os últimos 36 surfando nas ondas mineiras. Em conversa com a 98, ele conta que o surfe de corredeiras, modalidade que é praticada em rios ao invés do mar, é bastante comum na Europa.

E já que Minas não tem mar, o jeito foi pegar onda na água doce mesmo. “A história do surfe de corredeira em Governador Valadares começou em meados dos anos 1980. Teve uma febre de canoagem na cidade em 1984 e nisso éramos um grupo de apaixonados por surfe, já admirávamos o esporte”, disse.

Naquela época, então, Paulo conheceu o surfe nas corredeiras e decidiu replicar a modalidade no Rio Doce. “Não é coisa que começamos ontem não, nós já fazemos isso há bastante tempo. Já tivemos todo tipo de situação que pudesse nos prejudicar e nos aprimorar no esporte. A gente é doido, mas não é bobo não”, brincou.

Campeonato Mineiro de Surfe

Não, você não leu errado. Existe um campeonato de surfe só para surfistas de Minas Gerais. Ele acontece anualmente, há 14 anos, e Paulo já foi campeão duas vezes.

Apesar de contar só com surfistas mineiros, a competição é disputada no litoral do país. Ela já foi realizada em Geribá, Búzios, Cabo Frio, Barra da Tijuca e Ubatuba.

“É um campeonato de surfe normal, com as baterias, um competindo com os outros. E são duas categorias básicas: o Mineiro Residente, que é o cara que nasceu em Minas e mora em Minas. E a outra categoria é o Mineiro Open, que é o cara que nasceu em Minas e mora no litoral, ou nasceu no litoral e mora atualmente em Minas Gerais”, explicou.

Esporte requer uma série de precauções

Paulo e seus amigos surfam o ano inteiro em Governador Valadares. Durante o período chuvoso, porém, o rio fica mais cheio e as ondas mais fortes, o que exige uma série de precauções.

“No ano passado eu perdi a prancha. Aconteceu porque a correnteza fica muito forte e a prancha fica amarrada nos nossos pés. Eu caí da prancha e a onda arrebentou o ‘strap’, eu fui para um lado e a prancha para o outro. Tentei resgatar ela no meio das corredeiras, tomei muito caldo e muito susto”, relembra.

Ele só conseguiu sair dessa situação, pois nadou de volta para terra firme e foi ajudado por um amigo que o esperava no local. Para evitar situações desse tipo, o surfista diz que o ideal é nunca entrar no rio sozinho.

“A maioria das vezes que a gente vai surfar quando o rio tá ‘cheião’ assim, temos que surfar com um amigo que esteja surfando também. Porque essa pessoa vai estar ali na margem, filmando, esperando a vez dela de surfar e vigiando a gente também”, explicou.

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