Direção: Joseph Kisinski
Elenco; Tom Cruise, Jennifer Connelly, Miles Teller
Qual o sentido em se fazer uma continuação de “Top Gun” mais de trinta anos depois? Uns dirão que é preciso uma boa história. Outros dirão que um clássico precisa sempre ser revisitado e, em uma era onde boas idéias estão escassas em Hollywood, por que não olhar pra trás?
A verdade é que, durante as mais de duas horas de “Top Gun: Maverick” e até mesmo depois, fiquei procurando uma explicação e não encontrei. Sabem por que? Porque não precisa. Os motivos? Um pouco de tudo aquilo que falei em cima (com exceção da boa história, mas eu chego lá) e nada disso ao mesmo tempo. Uma sequência de “Top Gun” precisa ser feita porque sim. E porque Tom Cruise, o homem que não envelhece, quer.
Então vamos ao roteiro: Pete Mitchell, o Maverick, que continua sendo um outsider dentro da marinha norte-americana (por que não o reformaram ainda???) é chamado de volta à academia Top Gun para ser instrutor de um grupo de pilotos - os Top Guns das galáxias - que estão prestes a embarcarem em uma missão importante. Lá ele encontra o filho de Goose (papel de Miles Telles, que inclusive se parece fisicamente com o Anthony Edwards do filme anterior) e precisa aparar arestas do passado para que a missão dê certo.
Tudo que deu certo no primeiro filme está lá: o antagonista do herói, que na primeira versão era o Iceman; o interesse amoroso de Maverick, aqui interpretada por Jennifer Connelly; os perigos da missão e muitas, mas muitas cenas de aviões voando. E é aí que “Top Gun: Maverick” mostra a que veio. Vale por estas cenas, que dão um salto em relação ao outro filme, com um realismo bem mais visível e bastante palatáveis, já que aqui nós conseguimos entender o que está acontecendo (Porque no primeiro filme não dava, não é?)
E, claro, temos muitas cenas de Tom Cruise. Sem camisa, com camisa, sorrindo, em close, triste, alegre, mostrando seus dotes dramáticos, mas principalmente sendo Tom Cruise. Para muitos, Mitchell é o papel que vai deixar Cruise imortalizado na história do cinema. Para mim, faz todo sentido, já que Mitchell É O PRÓPRIO TOM CRUISE. O filme inteiro é um veículo para que ele brilhe, com todos os outros personagens sendo seus coadjuvantes. E, cá entre nós, nem nós, nem os atores queremos que isso seja diferente.
P.S.: emocionante a participação de Val Kilmer em apenas uma, mas bastante tocante cena.
Em cartaz nos cinemas de todo o Brasil.